«A Catequese deve iniciar processos para que a mudança aconteça», D. António Moiteiro

Catequistas ficaram a conhecer linhas gerais do «Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com as crianças e com os adolescentes»       

D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) apresentou, em contexto das Jornadas Nacionais de Catequistas 2021, o «Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com as crianças e com os adolescentes» que quer mobilizar “famílias, crianças e adolescentes, desde o Batismo” e mudar o paradigma da catequese em Portugal.

“Trata-se de um itinerário, que significa uma viagem, um caminho a percorrer. Não é algo acabado. É um rumo e não uma meta pois entendemos que a catequese deve iniciar processos para que a mudança de vida aconteça”, começou por explicar aos catequistas.

Na apresentação do documento preparatório, criado em “sinodalidade” e que vai marcar os trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que se realiza de 8 a 11 de novembro, a mudança começa “pelo nome” e estende-se “pelo modo como se entende uma nova forma de estar e ser em catequese a partir da inspiração catecumenal”.

“Durante demasiado tempo olhámos para a catequese como uma questão dos catequistas e do pároco. Este caminho procura envolver a comunidade cristã pois a catequese inicia-se com um primeiro tempo que envolve as famílias, com crianças até aos 5 anos, e que vem à Igreja, muitas vezes por questões sociais. Temos aqui uma oportunidade de acompanhamento”, explicitou.

A nova “bússola” para a catequese em Igreja estrutura-se em quatro tempos. Começando com o ‘Despertar da fé’, o acompanhamento das famílias pela comunidade cristã, com dois momentos: dos 0 aos 5 anos de idade e os 6 e 7 anos. Segue-se o tempo da ‘Iniciação à vida cristã’, dos 7 aos 10 anos, onde estão presentes os sacramentos de iniciação cristã; o terceiro tempo recebe o nome de ‘aprofundamento mistagógico’. Aqui deseja-se que se celebre a profissão solene da fé, dos 10 aos 13 anos. O itinerário propõe, ainda, um quarto tempo, o dos ‘discípulos missionários’, a partir dos 14 anos, e que vai continuar na Pastoral Juvenil.

Para o presidente da CEECDF trata-se de “um novo modelo que não exclui ninguém e que tem a preocupação de acolher todas as tipologias de famílias no caminho da fé”, precisou.

Ao longo dos últimos três anos um grupo de trabalho com especialistas de várias dioceses, moldaram o itinerário que fi apresentado a todos os responsáveis da catequese, num autêntico modelo sinodal. Reunidos que foram os contributos de todas as dioceses foi agora apresentado nas Jornadas Nacionais de Catequistas com a participação de 500 catequistas de todo o país.

“É um desafio e uma mudança de paradigma. Queremos que a comunidade cristã se sinta bem na educação dos mais novos, que os pais realizem esta missão de serem os primeiros e principais educadores da fé dos seus filhos, e também os catequizandos como discípulos aprendam a caminhar no ser cristão”, concluiu.

Educris|25.10.2021



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