Publicações: «Os novos materiais para a catequese ajudam a fazer caminho», padre Rui Alberto

A dias da publicação dos materiais para o «Tempo de Aprofundamento Mistagógico», o padre Rui Alberto, da Salesianos Editora, explica as várias etapas do processo e as opções pedagógicas do material que vai colocar em prática o Itinerário para o setor

“Está por dias” a chegada às livrarias diocesanas do novo material para a catequese denominado por «Viver os Sacramentos». O volume, que vem acompanhado de pen-multimédia, guia do catequista, livro do catequizando e uma pasta de apoio, quer ajudar os mais novos a “fazer caminho dentro da Igreja” e a usar o espaço de catequese como “lugar de apropriação do património da fé da Igreja”.

“O aparecimento deste primeiro material resulta de um trabalho muito aprofundado, que culmina na publicação, em 2022, do «Itinerário de iniciação à vida cristã das crianças e dos adolescentes com as famílias», e que agora vê o primeiro resultado da sua operacionalização prática”.

Ao EDUCRIS o responsável da Salesianos Editora, explica que os novos materiais não são “catecismos no sentido doutrinal do termo”, mas “material catequético” que resulta de uma “reflexão sobre o Itinerário, que já se inspira e procura trazer a Portugal as intuições do próprio Diretório”, assumindo “várias tendências e dimensões”.

“Estes materiais procuram integrar a liturgia, fazer várias pontes entre as diferentes sensibilidades, dando muita atenção à dimensão comunitária, aos ‘tempos de crescimento’ de cada um, trazendo para a catequese as famílias, num caminho que é sempre um processo livre de apropriação do ser cristão pelo catequizando e suas famílias”, desenvolve.

Num trabalho que resulta de uma parceria inédita entre o Secretariado Nacional da Secretariado Nacional da Educação Cristã e a Salesianos Editora, os novos “materiais catequéticos” assumem o nome de “Emaús” e apresentam, como “opções educativas” a pedagogia do “aprender fazendo” e do “aprender juntos”.

“Sabemos hoje que a fé também se aprende. Não como uma matemática, mas o fazer algo compromete-me e faz-me ser mais envolvido. Por outro lado, não o faço sozinho e daí esta intuição, presente nos materiais, de aprender juntos, pois a fé, e o caminho de adesão a Jesus, sendo único, é feito em Igreja e em comunidades, ao estilo do Vinde de Vede”, concretiza.

Dentro de dias os catequizandos do Aprofundamento Mistagógico 3 (AM3), correspondente ao antigo 7º ano de catequese, passam a ter nas mãos um recurso “dialogal e não unidirecional” que tem em conta “que cada catequizando é um agente ativo do seu próprio caminho de fé”.

“Atendendo a esta faixa etária a opção clara foi pela aprendizagem por atividades que abrem ao mistério. Isso permite maior impacto a vários níveis: Desde logo a dimensão cognitiva, da vida concreta, e a dimensão socio afetiva que gera pertença”, concretiza.

O catequista tem à sua disposição um “guia do catequista”, que procura “ajudar à formação do catequista, criando rede e estimulando ao trabalho em conjunto” sempre em “linguagem direta, ágil e com uma imagem atual”.

“A opção passa por aquilo que apelidámos de economia e espetacularidade das atividades. Por um lado, economizar nos materiais necessários para cada atividade. Por outro lado, promover no mínimo tempo possível o máximo de espetacularidade pois hoje os catequizandos vivem como nós, sobrecarregados de estímulos. Insisto nisso! No aprender juntos, do ouvir juntos, apropriarmo-nos do evangelho de Jesus. Procurando uma atitude dialogal”, completa.

O já tradicional livro do catequizando trouxe “vários desafios” próprios de um “tempo novo”.

“Quisemos que fosse atraente e não um livro de escola. Aqui se podem registar as diferentes experiências e muito do trabalho que vão realizando. Ao estar registado num espaço físico criam-se memórias num tempo do efémero e imediato. Para além dos materiais necessários para o encontro de catequese, encontramos nele uma série de outros conteúdos, que não são utilizados no encontro semanal, mas que são colocados para a fruição cultural e lúdica dos catequizando. Dentro e fora do encontro de catequese”, desenvolve.

Para o verão as duas editoras contam ter editados e publicados o AM4 («Viver na amizade com Cristo») para o 8º ano de catequese e o DM1 e DM2, correspondentes aos 10º e 11º anos de catequese.

Uma catequese que vai exigir mais e melhor formação

Num momento de mudança de paradigma na catequese o padre Rui Alberto considera que “não basta mudar os materiais” e se torna necessária “uma maior e mais profunda formação dos catequistas”.

“Temos vindo a formar, e bem, os catequistas dentro daquilo que é o Ser Catequista, mas torna-se claro, e os novos materiais vão aprofundá-lo ainda mais, que é necessário formar para o ‘fazer catequese’ no sentido pedagógico”.

Para o especialista em catequese não se trata “de desligar uma dimensão da outra”, mas de “dotar os catequistas de um conjunto novo de competências que uma dinâmica mais direcional, com contextos sociais diferenciados, não exigia”.

“Hoje temos de ajudar o catequista a perceber a dinâmica de formação e acompanhamento de grupos. A treinar a sua comunicação e a gerar empatia de modo a ser aquele que acompanha o caminho de adesão e amadurecimento da fé de cada catequizando”.

Sustentando que “o próprio mundo no pós-covid-19 se complexificou”, o sacerdote relembra que a própria catequese “se dividia em dois grandes momentos” e que hoje tem “quatro tempos distintos”, procurando uma maior proximidade e acerto nas propostas.

“Os miúdos de hoje são diferentes, e temos mesmo necessidade de trabalhar e aprofundar estas áreas. Para além das ações de formação, a propósito do novo Itinerário, precisamos de formar para este novo material catequético”.

O novo material vai estar disponível em todas as livrarias diocesanas.

Educris|18.01.2024



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