«A EMRC não é só uma disciplina, é um caminho de vida», afirma António Cordeiro
Responsável pela disciplina de EMRC no SNEC, António Cordeiro, reforçou o papel transformador da Educação Moral e Religiosa Católica nas escolas e desafiou os professores a continuarem juntos no compromisso com os alunos
António Cordeiro, coordenador do Departamento de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) no Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), destacou, na mesa-redonda «EMRC em diálogos internacionais», o papel da disciplina na formação integral dos alunos, apelando ao envolvimento ativo dos professores.
“O nosso centro está na educação dos nossos alunos. A EMRC não se faz apenas com conteúdos — faz-se com relação, com presença, com escuta,” sublinhou, reforçando a importância do vínculo entre professores e alunos.
Ao recordar a sua própria experiência pessoal como alunos, e mais recentemente com o caminho de Santiago realizado com alunos, o responsável destacou que o centro da EMRC “está nos alunos”, pois mais do que uma “disciplina que se limita a transmitir conhecimentos”, ela permite “uma presença constante e acompanhadora no crescimento dos estudantes”.
“Outros professores não farão o que nós temos a possibilidade de fazer muitas vezes: acompanhar este crescimento,” desenvolveu.
Olhando para os desafios atuais da disciplina, nomeadamente a escassez de professores profissionalizados, o responsável apelou a que todos se empenhem no “chamar pessoas” para esta missão.
“É um problema mesmo. Olhemos com atenção as listas de profissionalizados neste concurso. Precisamos mesmo de chamar pessoas”.
Como segundo desafio António Cordeiro lembrou o trabalho de adaptação da disciplina ao digital através do processo de revisão de manuais e de desmaterialização de materiais.
"O desafio foi concreto. E o que possibilitou este concretizar de novos manuais e recursos foi o envolvimento das pessoas. Professores que disseram prontamente ‘contem comigo’”.
Lembrando que os novos recursos não pretendem ser respostas prontas, mas sim ferramentas que requerem a criatividade dos professores, o coordenador da disciplina no SNEC pediu a todos “a vossa originalidade, a vossa criatividade, o vosso trabalho concreto junto dos vossos alunos”.
“O enquadramento jurídico tranquiliza-nos, não nos deixa parados pois estamos conscientes das dificuldades em diferentes contextos escolares”.
Reforçando a importância da ligação entre o SNEC e os Secretariados Diocesano da EMRC, o docente insistiu na “dinâmica sinodal” que coloque sempre “o aluno e a identidade da disciplina” no centro do diálogo entre as várias instâncias.
A sinodalidade é este andar juntos. E não queremos observadores, queremos pessoas que se implicam.”
No final António Cordeiro lembrou a marca identitária da EMRC.
“Somos confessionais mesmo. O rosto daquela pessoa que lá está acredita naquele Carpinteiro, pois vai dar sentido a tudo”, completou.