Santarém: «Que este encontro possa levar horizontes de esperança às escolas e sociedade»
Mais de 3100 alunos e professores, de 85 agrupamentos de escolas de todo o país participam no Encontro Nacional de EMRC (ENES) para alunos do Secundário
Manhã cedo o entusiamo já se sente no Agrupamento de Escolas de Monção, no alto Minho, que desce até Santarém para participar na XIII edição do ENES.
“Sente-se muito o entusiamo por parte dos miúdos já há alguns dias. Ainda no outro dia, na catequese, os alunos estavam lá, nem era meus, mas só falavam deste dia e deste encontro”, explica Maria José Cerqueira.
Com 144 alunos a participar no ENES a docente espera que seja “um momento de de convívio, de sermos família de EMRC nas escolas, e que vá ao encontro das expectativas e que seja lugar de encontro e de aprendizagem de valores”. Desenvolve.
Mais abaixo, em Castelo de Paiva, o professor Telmo Machado compartilha o sentimento de entusiamo dos alunos do Alto Minho e lembra que o tema deste ano, «Horizontes de Esperança», desafia alunos e professores a uma nova aitude num momento particularmente sensível.
“Nos tempos que correm a esperança é algo fundamental. Estou convencido de que ou passamos esta mensagem, mesmo que tenhamos dúvidas sobre o modo como se vão construir os horizontes, ou teremos pouco a dar a estas novas gerações. É fundamental colocar o nosso cunho de esperança pois parece que vivemos hoje um certo «deja vu» de outras épocas e é fundamental que os nossos alunos cresçam com a convicção de que o mundo não é só esta esquizofrenia difícil de digerir”, completa.
Do interior do país, de Pinhel, a professora Amélia Sebastião alegra-se porque “chegou o dia pelo qual os alunos ansiavam já há muito. Estão expectantes e os mais velhos passam a mensagem aos mais novos. Alguns alunos, do 12º ano, confidenciavam-me estar tristes por não participar este ano mas o baile de finalistas…(risos)”.
Para esta docente a expetativa passa por um encontro que permita aos mais novos “encontrar as raízes profundas da esperança e ser ancora para os outros”.
“Que tragamos para as escolas o que recolhermos no ENES e seja semente para a escola”, sustenta.
Sobre a disciplina que leciona considera que esta, a EMRC, serve para “alargar os horizontes aos alunos numa fase de amplo crescimento.
“Em aula lalamos num mundo que existe hoje e fazemos ligações à questão moral e isso não acontece noutras disciplinas. Tenho alunos que ficam tristes por outros não poderem usufruir destas aprendizagens. Em EMRC convidamos a desenvolver um olhar crítico perante a realidade, para que não se contentem com o básico, mas que vão mais além”, completa.
A EMRC é um lugar de esperança
Do Alentejo litoral o professor Rui Ventura, de um dos quatro colégios que participam, afirma que a expectativa dos alunos é “mesmo brutal”.
“As inscrições esgotavam em 3 dias e tive de pedir reforço de meios. Temos 58 anos a participar e é interessante que o testemunho passe dos mais velhos aos mais novos”.
Para este docente a disciplina no secundário é “um lugar de esperança natural num momento de muita pressão pelas notas e médias”.
“Penso que é uma nova luz para os alunos. Um espaço onde podem ver outro tipo de conteúdos e aprendizagens. O currículo é importante e muito vivem preocupados com as notas e a disciplina abre esta esperança, um espaço diferente onde podem ser eles mesmos e procurar outras temáticas que noutras áreas não existem”, completa.
A partir da tarde desta sexta-feira são mais de três milhares os que em Santarém procuram «Horizontes de Esperança».