Bragança-Miranda: «Professor Inocêncio Pereira, a EMRC a fazer dos jovens protagonistas»
No dia de hoje, em que entregamos a Deus a sua alma, depois de uns longos 93 anos, vividos com intensidade, alegria, persistência, solidariedade e Fé, recordamos a sua dimensão de Professor de EMRC na Diocese de Bragança-Miranda.
O Professor, Colega e Amigo Inocêncio Pereira, todo ele uma verdadeira instituição, natural de uma aldeia pequena de Bragança (Paçó de Rio Frio), era uma pessoa de vastos horizontes (talvez pela sua vivência de muitos anos em Angola) e transportava sempre consigo uma paixão particular pela Educação, pela Escola e, sobretudo, pelos seus Alunos.
Ainda que distinto profissional de rádios de inspiração cristã, correspondente da LUSA e de vários jornais nacionais, diretor, chefe de redação e até administrador do Mensageiro de Bragança, jornal diocesano de referência nacional (considerado durante 5 anos o melhor jornal regional semanário do país, hoje uma Fundação), escritor e autor de várias publicações, com vários louvores recebidos de várias entidades nacionais e locais, foi como professor de Educação Moral e Religiosa Católica que marcou várias gerações.
Recordo a sua preocupação com a construção da identidade pessoal e identidade religiosa dos jovens, considerando muito especialmente as situações de dificuldade e fragilidade que muitos viviam, o foco nas relações interpessoais assentes na alegria e no respeito, a sua atitude desassombrada de abordar questões difíceis relativas à relação dos valores e da visão cristã da vida e do mundo com as ciências da biologia, da físico-química, da psicologia, da educação e da comunicação, enfim, o esmero em preparar as pessoas dos Alunos para enfrentar a vida e o futuro.
Contudo, o que ainda se mantém mais na memória era sua alegria, as suas brincadeiras, o gosto de cantarolar, a utilização da imagem e do teatro, que me fez descobrir a sua pertinência, como jovem recentemente estagiário, pois se constituem como recursos extraordinários para uma docência mais empolgante e atrativa pedagogicamente.
Esta maneira de ser foi buscá-la a Dom Bosco, à identidade salesiana que a assumiu de coração, de missão e de vida.
Hoje estive no seu funeral, com justiça e gratidão, pelos seus ensinamentos, pelo seu exemplo e testemunho de quem procurou transformar os corações e construir o bem comum e deixar um mundo melhor.
Não é esse também o sentido de ser professor de EMRC?
Obrigado, Professor Inocêncio.
Por Jorge Novo, professor de EMRC, diretor do Secretariado Diocesano da EMRC da Diocese de Bragança-Miranda