Lisboa: «Pela vossa missão formais cidadãos artífices da história», D. Rui Valério

Patriarca marcou presença na reunião de professores de Educação Moral e Religiosa Católica, em Lisboa

D. Rui Valério agradeceu, no passado sábado, aos docentes de EMRC o seu trabalho nas escolas do Patriarcado de Lisboa.

“Este é o momento para dizer que através do vosso amor, da vossa missão, estais não só a contribuir para a formação de cidadãos, mas de cidadãos obreiros, artífices de história e presente”, afirmou no primeiro encontro como bispo de Lisboa.

Na eucaristia a que presidiu no Colégio Militar, no âmbito da reunião geral dos docentes de EMRC que lecionam na região, o décimo oitavo Patriarca de Lisboa citou Charles Dickens para recordar como “a palavra tem o poder de transformar”.

“Para nós cristãos a Palavra de Deus transforma o olhar, permite-nos olhar o mundo para o descobrir na sua realidade”, afirmou.

Meditando sobre as leituras propostas pela liturgia D. Rui Valério lembrou que “a fé não é criada pelo Homem”, mas tem o poder de “levar o ser humano da escravidão à liberdade”.

“Como cristãos sabemo-lo. Somos justificados por Jesus Cristo. A fé deriva da escuta constante da Palavra. Aqui encontro uma ligação, uma aliança com que é ser professor. Incessantemente ofereceis uma palavra, inspirada, que leva a pessoa a um crescimento, mas também a uma decisão. A capacidade de responder, de pensar, de ser ele – com Deus – o gestor”, desenvolveu.

Para o prelado os professores de EMRC devem “levar no coração esta convicção, e aplicá-la no dia a dia”.

“Que aquela comunidade [NDR: educativa] que acompanhais seja levada à coragem de uma decisão, de uma opção, pois a partir dela teremos e veremos os ecos em toda a sociedade. Isto é a cidadania no seu sentido mais nobre, mais amplo. Temos esta incumbência de o realizar”, apelou.

No final da sua homilia D. Rui Valério sustentou que “para os cristãos a palavra não fica em nós, mas se torna operativa por nosso intermédio”.

“E isso é uma graça que tendes como professores, como protagonistas e testemunhos no mundo”, completou.

Lisboa: Uma realidade ampla com “muito potencial de crescimento” para a EMRC

À margem do encontro a diretora do SDER de Lisboa, Fátima Nunes, disse ver com agrado “a vinculação de tantos docentes em quadro de escola e de zona” mas não esqueceu “o desafio das escolas que permanecem sem professor da disciplina.

“Continuamos com o desafio de ter escolas sem professor, outras que não colocaram ainda horários em oferta de escola e este início de ano tem sempre alguns desafios”.

Para a responsável pelos 238 docentes que lecionam na área geográfica do Patriarcado de Lisboa, o recente concurso nacional extraordinário representa “uma oportunidade e é preciso fazer caminho, mesmo sem horário completo, esta é uma oportunidade de fazer um trabalho de continuidade”, apelou.

Com 11 lugares em aberto na região [NDR: as colocações devem ser anunciadas em meados de novembro] Fátima Nunes quer “antecipar cenários” para garantir “o crescimento da disciplina” na região da capital.

“O ano passado chegámos a 43 mil alunos. É um grande número, globalmente, mas que representa cerca de 16% dos alunos de Lisboa. Isto dá-nos muito potencial de crescimento que queremos efetivar pelo estreitamento da relação com as próprias comunidades cristãs, com as famílias, e acompanhara mais de perto o trabalho dos professores”, garante.

Um ano após a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, a responsável afirma que este acontecimento “trouxe um despertar para a consciência do religioso e da importância do cristianismo na matriz cultural portuguesa”.

“Houve muitos que reencontraram um lugar na Igreja e outros que despertaram o olhar”, desenvolve.

Trabalham em Lisboa cerca de 238 professores em todas as realidades educativas. 133 professores no sistema estatal e os restantes no ensino privado e cooperativo.

Imagem: Adriano Batista

Educris|16.10.2024



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades