JNC24: «As Jornadas foram momento de saber mais para servir melhor», irmã Arminda Faustino
Religiosa faz balanço “muito positivo” das Jornadas Nacionais de Catequistas 2024 (JNC24)
Vieram de todo o país em número superior a 1000. Os catequistas portugueses estiveram reunidos em Fátima, nos passados dias 19 e 20 de outubro, para refletirem sobre «O Itinerário e os Sacramentos». Uma semana depois a responsável pela catequese no Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), irmã Arminda Faustino, faz um balanço “muito positivo” de uma iniciativa que “aprofundou os alicerces, aquilo que sustenta a vida cristã”.
“O balanço é sempre muito positivo. Sobretudo por que estivemos juntos a olhar para o que sustenta a vida cristã, os tais alicerces da fé”, explica em declarações ao EDUCRIS.
Para a irmã Arminda as JNC mostram “a vontade dos catequistas em servir melhor o Mestre e a opção que cada um já fez por Jesus Cristo”.
“Os nossos catequistas buscam estes momentos para amar mais. Procuram saber mais para servir melhor”, sustenta.
“O ano passado tivemos um primeiro olhar. Este ano procurámos relacionar o Itinerário e aprofundar o modo como os sacramentos se integram neste caminho”.
“Para um catequista os alicerces são os sinais, visíveis pelos sacramentos ditos de iniciação cristã: o batismo, a eucaristia e a confirmação e este foi o momento de olharmos com atenção para os alicerces da vida cristã”, desenvolve.
“Esta celebração, denominada de «Cristo em Ti» procurou “recuperar, o fazer memória, o trazer ao hoje de cada um o encontro com Jesus”, explica a religiosa.
Longe de ser “apenas uma encenação ou um teatro”, a celebração mistagógica apresentou o modo “como os sacramentos nos moldam e alteram por dentro”.
“A mistagogia é o aprofundamento dos mistérios da fé. Não se explica. Experimenta-se no encontro com o Senhor. Tivemos ali vários momentos destes em que a interrogação, o recuperar a memória, nos ajudou a despertar para o alimento diário que necessitamos”.
Catequese em mudança: Do ‘paradigma escolar’ ao ‘fazer caminho ao estilo de Emaús’
Num momento em que a Igreja Católica conta com um novo Diretório para a Catequese, e, em Portugal, está já em vigor um Itinerário que promove uma mudança de paradigma a responsável pela catequese no SNEC afirma que “fazer catequese hoje não é apenas transmitir conteúdos, mas fazer com que aconteça a mistagogia, o aprofundamento da fé de cada um”.
“Existe, de facto, uma diferença na proposta. Antigamente parecia que os sacramentos eram o culminar da catequese. Queremos hoje fazer uma viragem porque o aprofundamento da fé é de toda a vida e não apenas de uma determinada idade”.
Com o novo Itinerário estão a ser editados “um conjunto de novos materiais” que “não devem ser o centro da nossa ação imediata”.
“Acreditamos que os nossos catequistas necessitam ainda de aprofundar mais o Itinerário. A pressa maior que temos não é dos materiais, seja quais forem, mas de ajudarmos a fazer caminho para que, como nos dizia monsenhor Bulgarelli, possamos ter catequistas com vida do dia a dia encarnada pelo evangelho”, adianta.
Para o próximo ano a religiosa espera “mais catequistas” pois a experiência diz “que uns cativam os outros e já temos catequistas que ‘reservam’ de um ano para o outro”.
“Tivemos ali cerca de 1000 catequistas, mas no país inteiro temos muitos mais. Precisamos de passar a palavra para que outros possam vir. Precisamos de trazer a estas formações, e a outras que se realizam nas dioceses, mais e mais catequistas para podermos colocar a nossa catequese ao ritmo do Itinerário, ao ritmo dos discípulos de Emaús”, completa.