Beja: Escola Católica acolhe 28 nacionalidades num trabalho de «integração e humanidade»
Responsável pelo Colégio de Nossa Senhora da Graça sustenta necessidade de “não discriminação” das diferenças
Em Vila Nova de Milfontes partilham a mesma escola católica 28 nacionalidades num projeto da Diocese de Beja fundado em 1962.
“O desafio é podermos entender a realidade de cada um que chega. Integrá-los e trabalhar para que as crianças e jovens, apesar das diferenças sociais, religiosas e étnicas possam fazer um caminho comum”, explica ao EDUCRIS o padre Manuel Pato, diretor desta instituição.
Com uma média anual de alunos superior a meio milhar o sacerdote destaca o trabalho “de formação dos diferentes agentes educativos” para se tornarem capazes de “transmitir a essência do cristianismo nesta matéria”.
“Estamos atentos e atuantes perante a realidade. Temos vindo a formar professores, funcionários, pais, para o desafio da multiculturalidade, de quem chega tantas vezes sem nada em busca de uma vida melhor e que merece o nosso respeito e acolhimento”, sustenta.
Para o sacerdote a “marca católica” expressa-se precisamente na consciência de que “o caminho comum que temos está em Cristo que está sempre pronto a acolher, não diferencia e não exclui. Esta consciência deve estar na base de tudo o que fazemos no dia a dia”, esclarece.
Numa altura em que se levantam algumas vozes contra os processos migratórios em curso o padre Manuel Pato não embarca em discurso fácil e considera que cabe à Igreja fazer ‘o caminho das pedras’, neste domínio.
“Perante a diferença devemos sempre acolher e integrar. No Sul somos confrontados com muitas críticas por acolhermos. A grande questão é percebermos que aqueles que vem são humanos como nós, somos iguais. A Igreja sempre foi, e é, rica e perita em humanidade. Temos que ajudar os pais a não sentirem a discriminação, formando-os, dando-lhes ferramentas para que possam, nesta terra, recriar o seu projeto de vida”.
No final do II Congresso Nacional da Escola Católica o responsável pelo colégio diocesano destaca a riqueza da “reflexão sobre a identidade das escolas católicas” e considera que o desafio dos próximos anos passa por “mantermos vivo o humanismo cristão com o qual renovaremos a sociedade”, completa.