II Congresso: «Não podemos estar mais vinte anos sem nos reunirmos», D. António Augusto Azevedo

Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé deixou “trabalhos para casa” aos educadores católicos. Na sessão de encerramento do II Congresso Nacional o responsável pelo setor pediu "uma reflexão aprofundada sobre a identidade das escolas católicas", insistiu na necessidade de maior "formação e cooperação entre instituições" e sustentou maior destaque para "a disciplina de Educação moral e religiosa Católica"

D. António Augusto Azevedo pediu ontem, aos participantes do II Congresso da Escola Católica que não permitam que a próxima reunião magna “não demore 20 anos” e desejou que se reflitam sobre questões estruturantes para as instituições de ensino da Igreja.

“O primeiro congresso foi há 20 anos. Deixo um desafio muito simples: não vamos esperar outros 20 anos para o próximo congresso. Num prazo razoável, quatro, cinco anos, possamos reencontrar-nos novamente para celebrarmos o caminho realizado”, afirmou.

Mostrando-se disponível “para todos os desafios que nos trouxerem” o presidente da CEECDF desejou que “a questão da sustentabilidade das escolas esteja salvaguardada” e pediu uma reflexão aprofundada sobre a “identidade de cada instituição e projeto”.

“Com a falta de vocações das congregações religiosas, como estamos a preparar as lideranças laicas das escolas?”, interrogou.

O também bispo de Vila Real pediu atenção “à formação de docentes” num tempo em que “muitas escolas públicas passam por dificuldades com a falta de professores”.

“A este nível, e em bom tempo, o Secretariado Nacional de Educação Cristã iniciou um forte investimento no apoio à formação dos docentes de EMRC”, indicou.

Até ao III Congresso D. António Augusto Azevedo deixou o que apelidou de “trabalhos de casa”, em contexto académico e que passam pela reflexão à volta do tema de “como conciliar na escola católica qualidade de ensino, princípios éticos e educativos básicos, que nunca podemos prescindir, e inovação pedagógica?”, questionou.

“Se a questão ética, e a formação integral são fundamentais, e contamos com a Educação Moral e Religiosa Católicas nas escolas do estado quanto mais não devemos priorizá-las nas nossas escolas católicas”, apelou.

“Como garantir uma formação integral e de qualidade aos nossos alunos e o espaço da Educação Moral e Religiosa Católica nas escolas católicas?”, interrogou.

Para o prelado é fundamental o estabelecimento de uma maior “cooperação entre escolas católicas” e desafiou a formas de “reforçar a relação das escolas com a comunidade cristã”.

No final da sua intervenção D. António Augusto Azevedo lembrou o pedido recente do Papa Francisco a que se fomente a literatura na formação inicial dos alunos.

“O Papa Francisco, que foi professor de Literatura, pede-nos a todos nós, escolas católicas, faça-nos alguma coisa para fomentar a leitura nos nossos alunos. É o pedido do Papa.  Transmito e partilho também convosco esta preocupação”, finalizou.

O II Congresso da Escola Católica terminou em Fátima e foi promovido pela Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), e reuniu cerca de 350 educadores católicos sob o tema  350 «Identidade e Pacto num mundo global».

Imagem: João Cláudio Fernandes

Educris| 12.10.2024



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