Numa manhã marcada pela presença de alguns milhares de seminaristas, vindos de todo o mundo para o Jubileu dos seminaristas, Bispos, e dos sacerdotes, o Papa apelou a uma “Igreja em saída missionária” e à capacidade de escutar o grito dos pequeninos”
O Papa Leão XIV reuniu-se ontem com alguns milhares de seminaristas de todos os continentes na Basílica de São Pedro, por ocasião do Jubileu dos Seminaristas. No seu discurso o Pontífice agradeceu a presença dos jovens e exortou-os a abraçar o chamamento ao sacerdócio “com coragem, profundidade interior e generosidade missionária”.
“Hoje não sois apenas peregrinos, mas também testemunhas de esperança”, afirmou o Papa que elogiou a decisão dos seminaristas em dizerem “sim” à vocação sacerdotal “num tempo que não é fácil”.
Numa atmosfera de escuta e partilha, Leão XIV fez um forte apelo à formação integral, destacando a importância de cultivar o coração e a interioridade como centro da vida sacerdotal.
Segundo o Papa, o seminário deve ser uma “escola de afetos”, capaz de formar pastores com “um coração dócil” e atentos às necessidades do mundo contemporâneo.
“Seja qual for o modo de o conceber, o seminário deveria ser uma escola de afetos”, desenvolveu.
“Hoje, num contexto marcado pelo conflito e pelo narcisismo, temos necessidade de aprender a amar como Jesus”, apelou
Numa referência à encíclica Dilexit nos, do Papa Francisco, sobre o Sagrado Coração de Jesus, Leão XIV lembrou que amar como Cristo significa acolher, sofrer com os que sofrem e viver a compaixão como missão central da vida sacerdotal.
“Amar com o Coração de Jesus! [...] Sem a vida interior, nem sequer a vida espiritual é possível, porque Deus nos fala precisamente ali, no coração.”
O Papa encorajou os mais jovens ao aprofundamento da formação intelectual com particular cuidado no “diálogo com a cultura, a ciência” e alertou para a necessidade de estar atento aos “desafios do nosso tempo, como a inteligência artificial e as redes sociais, sem jamais perder o contato com o sofrimento dos pobres e dos que buscam sentido para a vida”.
“Sabei escutar o grito muitas vezes silencioso dos pequeninos, dos pobres, dos oprimidos e de tantos, especialmente jovens, que procuram um sentido para a própria vida”, desenvolveu.
Aos futuros sacerdotes o Santo Padre exortou a assumirem com humildade as próprias feridas, sem medo, como caminho de identificação com Cristo.
“As crises, os limites e as fragilidades não devem ser ocultados; aliás, são ocasiões de graça e de experiência pascal”.
O encontro terminou com novo apelo ao entusiasmo e à autenticidade na vocação sacerdotal. “Não vos rebaixeis”, pediu o Papa, convocando os seminaristas a serem protagonistas de uma Igreja “em saída missionária” e com “coração profético”.
“Peço-vos que não sejais recetores passivos, mas que vos apaixoneis pela vida sacerdotal”, concluiu.
Imagem: Vatican MEDIA
Educris|25.06.2025