Jornadas Pastorais: «Igreja portuguesa renova compromisso com a sinodalidade e missão»

Pela primeira vez as «Jornadas Pastorais do Episcopado» contam com a participação de bispos, leigos, religiosos e representantes de diversos ministérios na Igreja em Portugal

As «Jornadas pastorais do Episcopado», que hoje tiveram início em Fátima, marcam uma “uma nova etapa de escuta, reflexão e compromisso com uma Igreja sinodal”.

Nas palavras de abertura dos trabalhos D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), sublinhou a importância de “caminhar juntos na fé e na missão”, à luz do Sínodo dos Bispos e das mudanças recentes no seio da Igreja universal.

Tal como existem formações para catequistas, jovens, líderes de movimentos e clero, também os bispos precisam de espaços de formação, escuta e reflexão conjunta, para melhor exercerem o seu ministério”, afirmou.

Para o prelado as «Jornadas Pastorais do Episcopado» abrem-se agora “a toda a Igreka”, à imagem do que aconteceu nas recentes sessões do Sínodo dos Bispos (2023 e 2024), em Roma.

Um novo modo de ser Igreja

Refletindo sobre a centralidade da sinodalidade no modo de se ser Igreja, o presidente da CEP afirmou que o caminho sinodal não retira autoridade aos bispos nem ao Papa, mas redefine a forma como essa autoridade deve ser exercida sempre “em comunhão com todo o Povo de Deus, que recebeu o mesmo Espírito pelo batismo”.

“Estamos a viver um tempo novo, onde a Igreja é chamada a caminhar como um verdadeiro corpo unido, ouvindo todos os seus membros, especialmente os que muitas vezes ficam nas margens”, destacou.

Lembrando que estas jornadas são fruto diretor do “Primeiro Encontro Sinodal Nacional”, realizado a 11 de janeiro de 2025, também em Fátima, e onde representantes de todo o país refletiram sobre a receção e aplicação do Documento Final do Sínodo 2021–2024, que o Papa Francisco qualificou como ‘Magistério da Igreja’, D. José Ornelas reafirmou a ideia de que são necessárias “mudanças reais” e “estruturas novas”.

“É necessário que a reflexão não fique estéril, mas dê origem a atitudes novas e relações sinodais; que sejam revistos os processos de escuta, avaliação e decisão, com a participação de todos os implicados; que esse caminho conduza, na escuta do Espírito e do Povo de Deus, à necessária conversão de estruturas renovadas para uma Igreja verdadeiramente sinodal, na comunhão, na participação ativa e na missão”, sublinhou.

Lembrando a partida do Papa Francisco, que apelidou de “pastor corajoso, profético e transformador, guiado pelo Espírito”, o bispo de Leiria-Fátima, sustentou que um dos seus legados maiores para a Igreja é a própria sinodalidade.

“O centro do seu legado é a sinodalidade. Ele confiou este caminho à Igreja, e à ação do Espírito Santo. Cabe-nos agora acolhê-lo com fidelidade e ousadia”.

Considerando Leão XIV como “Papa improvável”, e acolhendo-o “com alegria, em comunhão sinodal”, o presidente da CEP apelou a que a conversão da Igreja portuguesa de realize com base nos pilares da “comunhão, participação e missão”.

Num gesto simbólico, o início das jornadas foi marcado por um convite à oração, “de pé, com Maria”, como sinal de esperança, fidelidade e compromisso com a transformação da Igreja à luz do Evangelho.

As conclusões dos trabalhos são esperadas para a próxima quarta-feira, dia 18 de junho.

Participam nas «Jornadas Pastorais do Episcopado», o presidente e os vogais da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), o diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) e o coordenador do Departamento de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC).

Imagem: Agência Ecclesia

Educris|16.06.2025



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