Vaticano: «O desporto revela o rosto alegre de Deus», afirma o Papa Leão XIV

Durante o Jubileu do Desporto, celebrado na Basílica de São Pedro, o Papa Leão XIV afirmou que a prática desportiva é um caminho de santidade e comunhão, capaz de refletir a beleza dinâmica do Deus Trino

O Papa Leão XIV lançou neste domingo, durante a celebração do Jubileu do Desporto, um apelo à comunidade desportiva internacional para que o praticar o desporto não seja visto apenas como competição ou espetáculo, mas como “caminho de comunhão, de verdade e de alegria espiritual”.

“A Trindade e o desporto talvez não sejam um binómio frequente, mas a ligação é profunda”, declarou o Papa.

Para Leão XIV “Deus não é estático. É comunhão, é movimento, é relação viva. Por isso, até o jogo pode conter um reflexo da beleza divina.”

Na sua homilia o Santo Padre afirmou que a prática desportiva, quando vivida com espírito cristão, “espelha o dinamismo interior da própria vida de Deus”, e convidou os atletas a irem além da lógica do “sucesso individual”.

“Sem movimento do eu para o outro, o desporto torna-se apenas uma estéril competição de egoísmos”, advertiu.

Leão XIV sustentou que “o verdadeiro atleta é aquele que se dá, que se oferece ao jogo e aos outros — até mesmo ao adversário”.

“Dá-lhe!” — o Evangelho gritado nas arquibancadas

Com linguagem próxima do universo desportivo, Leão XIV destacou o simbolismo de uma expressão comum entre torcedores:

“Pensemos na palavra ‘Dá-lhe!’. É o imperativo do verbo dar. Que bonito! No fundo, é um grito evangélico. A vitória que interessa a Deus não é a do placar, mas a do dom de si”, declarou.

Na homilia o Papa desenvolveu “a superação do individualismo, a valorização da presença concreta e a educação para a fragilidade”, como eixos em que o desporto pode ser caminho de formação cristã.

“Num mundo cada vez mais digital, o desporto reconduz-nos ao corpo, ao espaço, ao esforço real. Contra o risco de fugirmos para um mundo virtual, o campo ou a pista tornam-se terreno sagrado do encontro”, explicou.

“E quando perdemos? Quando falhamos? A derrota bem vivida aproxima-nos da verdade sobre nós mesmos. Não há campeão que não tenha caído. A santidade também se treina assim”, desenvolveu.

O desporto como caminho para a santidade

O Papa recordou o exemplo de Pier Giorgio Frassati, padroeiro dos desportistas, que será canonizado em setembro, e citou as palavras de São João Paulo II e São Paulo VI sobre o valor do desporto como instrumento de formação espiritual e social.

“Ninguém nasce campeão, assim como ninguém nasce santo. É o treino diário do amor que nos prepara para a vitória definitiva”, disse o Papa.

No final da sua homilia Leão XIV confiou à Virgem Maria os atletas de todo o mundo, pedindo que os acompanhe “até à vitória da eternidade” — uma corrida, segundo ele, “cujo prémio não se corrompe”.

Educris|16.06.2025



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