Francisco lamentou “mundo dilacerado por numerosos conflitos” e pediu “uma diplomacia de justiça” que possa trazer “uma lógica do encontro”
O Papa agradeceu hoje, aos diplomatas acreditados junto da Santa Sé, a “prática da justiça” e convidou à "redescoberta da esperança”.
“A isso são chamados todos aqueles que servem o bem comum e exercem aquela elevada forma de caridade que é a política”, afirmou.
No encontro, que manteve esta manhã na Sala das Bênçãos, no Vaticano, com vista à tradição saudação de início de ano, o Papa referiu-se ao Jubileu católico como uma grande oportunidade para redescobrir que somos filhos de Deus e n’Ele irmãos, perdoar as ofensas, amparar os fracos e os pobres, deixar repousar a terra, praticar a justiça e redescobrir a esperança”.
Lamentando a proliferação de fake news, que “agravam o sentimento de medo e desconfiança em relação aos próximo e ao futuro”, e suscitam “falsas perceções da realidade”, gerando “um clima de suspeita que fomenta o ódio”, o Papa desejou que o novo ano jubilar “possa representar para todos, cristãos e não cristãos, uma oportunidade para repensar também as relações que nos unem, enquanto seres humanos e comunidades políticas”.
“Que seja uma oportunidade para para superar a lógica do confronto e, em vez disso, abraçar a lógica do encontro; para que o tempo que nos espera não nos ache como errantes desesperados, mas peregrinos de esperança, isto é, pessoas e comunidades a caminho, empenhadas em construir um futuro de paz”, desenvolveu.
Considerando a política como “aquela elevada forma de caridade”, Francisco lembrou que “a vocação da diplomacia” deve ser a de “favorecer o diálogo entre todos, incluindo os interlocutores considerados mais ‘incómodos’ ou que não se considerariam legitimados para negociar.
“É o único caminho para quebrar as cadeias de ódio e vingança que aprisionam e para desativar os engenhos do egoísmo humano, do orgulho e da soberba, que são a raiz de toda e qualquer vontade beligerante que destrói”, reforçou.
Aos participantes no encontro o Papa aprofundou o tema da “diplomacia da esperança”, sustentando que perante “os desafios de hoje” é fundamental desenvolver “uma diplomacia da esperança, da verdade e da justiça”.
Ao longo do seu discurso Francisco lembrou conflitos e “situações preocupantes”, presentes um pouco por todo o globo e desejou “uma diplomacia do perdão”, que deve ser gerada por “verdadeiros artesãos da paz”.
“É preciso redescobrir estes valores e, por sua vez, encarná-los em preceitos da consciência pública, para que o princípio de humanidade esteja verdadeiramente na base da ação”, desejou.
No final o Papa apelou ao fim “do tráfico de drogas e de pessoas” e pediu especial cuidado “pela casa comum”.
Imagem: Arquivo Vatican MEDIA
Educris|09.01.2025