Papa Francisco convida a «reconhecermo-nos como irmãos num planeta em chamas»

Papa acolheu participantes do II Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana»

O Papa Francisco afirmou hoje que “a guerra é um engano” e sempre “uma derrota” para a humanidade.

“A guerra é sempre uma derrota, assim como a ideia de segurança internacional baseada na dissuasão do medo. É outro engano. Para garantir uma paz duradoura é necessário voltar a reconhecer-nos na humanidade comum e a colocar a fraternidade no centro da vida dos povos”, afirmou aos participantes do II Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana que decorre até hoje à tarde, em Roma.

Francisco reafirmou a ideia de que para o verdadeiro desenvolvimento de um “modelo de convivência capaz de dar um futuro à família humana” é urgente “a paz nos corações, para que as pessoas se encontrem na confiança de que a vida vence sempre todas as formas de morte”.

Na sala Clementina o Papa agradeceu a participação “de tantos, vindos de tantas partes do mundo”, para um encontro que quer “gerar um movimento de fraternidade em saída”.

“Num planeta em chamas, reunistes-vos com a intenção de reiterar o vosso ‘não’ à guerra e o sim’ à paz, testemunhando a humanidade que nos une e nos faz reconhecer irmãos, na doação mútua das nossas respetivas diferenças culturais”, afirmou.

A iniciativa, promovida pela segunda vez pela Fundação Fratelli tutti, destaca a “compaixão” como a atitude-chave para a mudança. Francisco lembrou o episódio do samaritano para sustentar um entendimento que vai para alem das culturas, dos credos e das etnias.

“No Evangelho (cf: Lucas 10,25-37), Jesus conta a história de um samaritano que, movido pela compaixão, se aproxima de um judeu que os bandidos deixaram meio morto à beira da estrada. Vejamos estes dois homens. As suas culturas eram inimigas, as suas histórias eram diferentes e conflitantes, mas um torna-se irmão do outro quando se deixa guiar pela compaixão que sente por ele – poderíamos dizer: deixa-se atrair por Jesus presente naquele homem ferido”

Lembrando São Francisco de Assis, o Papa citou a frase de Martin Luther King, aquando da entrega do Prémio Novel da Paz: «Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a simples arte de viver juntos como irmãos», e pediu o aprofundamento do trabalho com o centro na “dignidade da pessoa humana, para a construção de boas políticas, baseadas no princípio da fraternidade, que «tem algo de positivo». oferecer liberdade e igualdade”.

“Encorajo-vos a avançar no vosso trabalho desta sementeira silenciosa. Dela pode surgir uma ‘Carta do humano’, que inclui, juntamente com os direitos, também os comportamentos e as razões práticas daquilo que nos torna mais humanos na vida”, concluiu.

Da parte da tarde os participantes da reunião deste ano, que decorre sob o tema #sêhumano vão reunir-se em vários workshops, espalhados pela cidade de Roma e num dos quais o Papa Francisco toma a palavra.

Imagem: Arquivo Educris

Educris|11.05.2024



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