«A Escola Católica tem de sair de si mesma», defende o padre Pedro Huerta

Secretário-geral das Escuelas Católicas de Espanha marcou presença na II Jornada da Escola Católica, e alertou para a necessidade urgente de renovação, abertura e fidelidade à identidade cristã das instituições de ensino

O padre Pedro Huerta, secretário-geral das Escuelas Católicas de Espanha, lançou um forte apelo à renovação e abertura das escolas católicas durante a II Jornada da Escola Católica, realizada na passada terça-feira, em Fátima. Na sua intervenção, o representante de mais de mil instituições de ensino em Espanha, alertou para os múltiplos desafios que estas instituições enfrentam, tanto externos como internos, e defendeu que só uma escola “em saída”, fiel à sua missão evangelizadora, poderá manter-se relevante no contexto educativo atual.

À margem do encontro, Pedro Huerta apontou os diversos “desafios do ambiente, da administração e do governo”, e destacou o perigo de ceder à pressão exercida pelo mundo exterior sobre a identidade das escolas católicas.

“Temos de nos adaptar sem perder a essência. O risco é tornarmo-nos escolas diluídas, sem rosto, sem missão clara”, afirmou.

Para o responsável é vital redescobrir e revitalizar a importância da evangelização como elemento central do projeto educativo católico.

Num momento em que as várias escolas católicas, diocesanas e de instituições religiosas repensam modelos de gestão, Pedro Huerta apelou ao “discernimento” consciente de que “não há soluções, há caminho”.

 “Se queremos que a escola católica continue presente nas nossas comunidades, temos de agir em conjunto, com criatividade e fidelidade à nossa identidade”, disse.

Questionado sobre o sentido de um projeto de educação católica num mundo pluralizado e laicizado o secretário-geral exprimiu a convicção que de nunca como hoje “faz tanto sentido a proposta da educação católica”.

“Se a escola católica desaparecesse de países como Portugal ou Espanha, o sistema educativo perderia em pluralidade, diálogo e abertura.”

Recordando o apelo que o Papa Francisco fez ao mundo da educação através do Pacto Educativo Global, o sacerdote sublinhou a importância de criar redes e alianças entre instituições e agentes educativos.

“Precisamos de formar professores, famílias e religiosos que não apenas ensinem o Evangelho, mas que o vivam. As escolas têm de se tornar Boa Nova para quem lá está e para quem as rodeia.”

Por fim, alertou para o perigo de se continuar a pensar como no passado, quando a presença da escola católica era dominante.

“Essa era passou. Agora temos de ser, mais do que nunca, Evangelho vivo. Não basta anunciar, é preciso viver. As nossas escolas devem ser espaços onde se sente a presença de Cristo.”

A II Jornada da Escola Católica reuniu em Fátima educadores, líderes e representantes de instituições de ensino para refletir sobre o futuro da escola católica em Portugal.

 Imagem: Pedro Quintans

Educris|03.07.2025



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