II Jornada da Escola Católica reflete sobre identidade e sustentabilidade das instituições de ensino
O presidente da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC), Fernando Magalhães, sustentou hoje em Fátima ser necessário recuperar um olhar sobre a escola católica que a veja como “dom enquanto realidade humana e social”.
Aos participantes da II Jornada da Escola Católica, que se realiza no Colégio de São Miguel, o responsável destacou “o papel fundamental” destas instituições de ensino “no anúncio da mensagem de Jesus a crianças, jovens e famílias”, que, de outro modo, “permaneceriam muitas vezes fora do alcance de outras realidades eclesiais”.
“A escola católica é também uma realidade divina: levar pessoas para o céu. Transformar o mundo, implantar aqui o Reino e preparar o Reino lá, seguindo o mandamento de Jesus”, afirmou.
Na sua apresentação o presidente da APEC enalteceu as escolas católicas como “projetos de excelência reconhecidos pela formação em valores” e apelidou “os diversos carismas” de “verdadeira riqueza num momento de grande desafio”.
“Vivemos vários desafios. Desde logo a diminuição das vocações religiosas, mas também uma certa dificuldade de trabalhar em rede, agravada pela crise de professores em número e identidade, e o risco de deixar de servir os mais pobres pelas quebras de financiamento”, lamentou.
Recuperando a situação atual das escolas católicas, Fernando Magalhães sustentou a urgência de se “encontrar modelos de organização que assegurem a continuidade, envolvendo congregações, colégios diocesanos, direções, administrações e entidades titulares”.
No final da sua intervenção, inserida no painel «Identidade da Escola Católica - contexto de uma jornada, preocupações e desafios», o Fernando Magalhães chamou a atenção para a necessidade de “inovar e aprender uns com os outros, inspirados pelo Espírito”, e reforçou o valor da marca «escola católica» no panorama educativo português.
“A marca escola católica é poderosíssima. Se todos a colocarmos no nosso nome, fortaleceremos a nossa missão”, concluiu.
A II Jornada da Escola Católica recebe, ainda durante esta manhã, o padre Pedro Huerta, Secretário-Geral das Escuelas Católicas, de Espanha, para um primeiro painel de reflexão sobre «possíveis modelos de organização».
O encontro, que resulta da parceria entre a APEC e o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), responde aos desafios deixados no II Congresso da Escola Católica. Os responsáveis esperam que esta II Jornada seja “um espaço de reflexão e ação conjunta para garantir o futuro das instituições católicas num contexto de multiculturalismo, mudanças demográficas e desafios sociais”.
Marcam presença 137 participantes, de 59 escolas católicas, representando 78 das 122 instituições presentes em Portugal.
Imagem: PQ
Educris|01.07.2025