Responsáveis pelas Escolas Católicas Europeias “mergulharam” na realidade de um país que proclamou o «Ateísmo de Estado» em plena guerra fria
Os 38 delegados das Escolas Católicas, vindos 18 países europeus, conheceram hoje a realidade da Escola Católica albanesa, marcada por 47 anos de um governo ateu, que só recuperou a liberdade religiosa a partir de 1991.
“Daí para cá criaram-se condições para que cerca de três dezenas de escolas católicas possam educar para cima de cinco mil crianças e alunos, desde a creche ao ensino secundário, numa sociedade ainda marcada pelo ateísmo radical da época comunista e pelos problemas inerentes ao secularismo e às dificuldades económicas, que privam muito pais de inscrever os filhos nas escolas católicas”, afirmam o responsável.
No primeiro dia da 104ª Assembleia Geral do Comité Europeu Comité Europeu para a Educação Católica (CEEC) os vários participantes apresentaram “um quadro geral da situação do ensino católico” no velho continente de onde sobressai a “questão premente da identidade da Escola Católica, afetada pela descristianização, pelo reduzido apoio financeiro dos governos, pela falta de professores, pelo acentuado decréscimo das vocações religiosas, acompanhado pela dificuldade crescente em se encontrarem lideranças identificadas com o carisma das instituições”.
Para lá destes desafios crescem rapidamente desafios estruturantes como os da “interculturalidade e da interreligiosidade, mais sentidos nos países da Europa central, e as incertezas decorrentes da inovação tecnológica e da Inteligência Artificial”.
A outro nível, deu-se conta de iniciativas conjuntas que estão a ser desenvolvidas em prol das liberdades de aprender e de ensinar, a fim de a escola católica poder, efetivamente, abrir-se a todos os que a desejam, privilegiando os mais débeis.
De França ouviram-se ecos do projeto “Le label Ouverture Internationale”, em articulação com o Pacto Educativo Global, procurando que as escolas católicas sejam “abertas ao mundo”, formando cidadãos capazes de compreender e contribuir para a construção de um mundo mais fraterno e solidário.
Do programa do dia constaram ainda momentos culturais e de convívio, visando conhecer melhor a realidade do país e incrementar as ligações institucionais e afetivas que unem os diferentes países e as suas delegações.
Educris com Jorge Cotovio, APEC
Educris|22.03.2025