Madrid: Escuelas Catolicas querem educar «a exemplo de Jesus que vai e ensina»

Mais de dois mil educadores católicos marcaram presença no encerramento do XVII Congresso de Escuelas Catolicas

Terminou ontem, em Madrid, o XVII Congresso das escolas católicas do país vizinho com apelos a uma escola católica “que em nome de Jesus” continue a “ser e educar” com identidade.

“«Ser, ser e educar… com nome próprio», reuniu-nos aqui. Com este título, composto por três verbos aos quais, ao longo dos meses de preparação desta jornada, foram sendo incorporados outros atributos, como objetos diretos, objetos indiretos e sujeitos, que são “aqueles que dão vida, dão força e separam do infinitivo dos verbos para tornar -los realidade”, disse Pedro Huerta, secretário-geral das Escolas Católicas, como resumo dos três dias do Congresso.

Sujeitos, que são, nas suas palavras, “os congressistas, os membros das CE organizadoras do Congresso, as famílias, os estudantes, as comunidades educativas, paroquiais, religiosas” na consciência de que se educa com nome próprio, mas “não em seu próprio nome. Em nome de Jesus que hoje volta a dizer «Ide e ensinai»”.

Educar transforma: o desafio dos educadores católicos

Antes da cerimónia de encerramento D. Alfonso Carrasco Rouco, presidente da Comissão Episcopal para a Educação e Cultura, da Conferencia Episcopal Espanhola, presidiu à eucaristia animada por um coro formado por representantes de 10 instituições de ensino, e que contou com atuações de Álvaro Merino e María Guerrero, que falaram sobre o poder da educação para transformar as pessoas.

Fernando García, filosofo, teólogo e provincial dos Salesianos, trouxe aos conferencistas uma reflexão sobre “o perfil do educador católico”, para um hoje em transformação.

“Hoje a escola, para poder acompanhar pessoas de verdade, necessita ser uma escola com alma, que escuta para compreender e cultiva um olhar contemplativo”, explicou.

Partindo da sua experiência como educador salesiano Nando García criticou “as máscaras que nos protegem e impedem de aprender” e desafiou os presentes “a deixar cair as mascaras”.

“O imediato gera a insatisfação, e a pressa, que evita a reflexão e o funcionalismo reduz-nos a simples estrutura educativa.  Para seremos escolas com sabedoria de vida, um hospital de campanha (que previne enfermidades espirituais e morais na sociedade) e um lugar de encontro e conversa (onde se pode acompanhar verdadeiramente a pessoa)”.

“Temos que redescobrir o coração do cristianismo; distinguir a fé da convicção religiosa, a esperança do ótimismo e o amor da mera emoção”, sustentou.

De Portugal estiveram presentes nos trabalhos Fernando Moita, diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã, Fernando Magalhães, presidente da APEC, Jorge Cotovio e o padre António Valério, SJ, assim como diversas escolas católicas portuguesas.

Imagem: Escuelas Catolicas

Educris|10.11.2024



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