Viena: Escolas desafiadas a «assumir a identidade» e a ser «exemplo de práticas inclusivas»

Segundo dia do Simpósio apresentou "boas práticas" e deixou desafios à identidade e ação destas instituições de ensino, no 'velho' continente

Maria Schelkshorn apresentou hoje, no Simpósio «Comprometidos com uma visão. A importância das escolas católicas à luz dos desafios contemporâneos”, um caso de estudo de “educação para a diversidade,” num conjunto de instituições católicas de ensino, na França.

Com um total de 1400 alunos, mais de 40 línguas maternas e cerca de 20 religiões distintas, o campus Friersgasse, propriedade das religiosas de Notre Dame, foi o exemplo que serviu de base à sua reflexão subordinada ao tema «A diversidade o futuro – a escola como terreno do exercício da diversidade social».

“Com tal diversidade percebemos que a nossa maior tarefa passa por formar alunos capazes d dialogar e d abordar, sem filtros, as diferentes culturas e religiões”, explicou aos participantes.

Consciente da urgência de construir “uma cultura que reconheça o outro” a especialista apresentou exemplos práticos de ações pedagógicas que promovem “aproximações proativas nos domínios interculturais e inter-religiosos”.

Na segunda conferência do dia, trazida à reflexão pelo padre Tobias Zimmermann, Sj, e subordinada ao tema «A verdade vos tornará livres», o jesuíta apelou a “uma mudança profunda” a vários níveis.

“Perante a situação atual é vital realizar uma reflexão autocritica que leve a uma transformação no nosso trabalho pedagógico, não apenas a um nível de programação ou de organização da escola, mas a níveis mais profundos como o próprio perfil da cultura escolar e da pedagogia”, apelou.

Para o diretor da Academia Católica Rhin-Neckar, as escolas católicas devem hoje realizar “uma autoavaliação realista, traçar um perfil claro, e clarificar a sua missão”.

“Isto fará com que se volte àquilo que é mais basilar na educação, iluminado por uma rica tradição humanista cristã, deixando para segundo plano os interesses de terceiros, mesmo que se trate de financiadores”, concluiu.

Na última conferência do Simpósio, Helena Stockinger desafiou as escolas católicas da europa a «Reconhecer a vulnerabilidade» no interior destas instituições de ensino.

“Se é certo que o reconhecimento da vulnerabilidade não é responsabilidade exclusiva das escolas católicas, a elas se pede que sejam modelos e criem sistemas de reconhecimento de pessoas em situação de vulnerabilidade e ofereçam diferentes caminhos para uma educação verdadeiramente equitativa”, completou.

As palavras finais estiveram a cargo do secretário da Congregação para a Educação Católica, da Santa Sé, D. Angelo Vincenzo Zani.

«Identidade, formação e situação das escolas católicas na Ucrânia», destaques da Assembleia-geral

Amanhã, dia 29 de abril, e após o Simpósio, os responsáveis da Escola Católica na Europa realizam a 98ª Assembleia-Geral.

A sessão de abertura dá a conhecer o sistema educativo na Áustria, bem como a realidade das escolas católicas naquele país do centro europeu.

Pelas 11h15 tem lugar uma reflexão acerca da «Formação especifica para diretores e professores das Escolas Católicas na Europa», com apresentação dos vários sistemas educativos.

Após o almoço os participantes escutam “testemunhos acerca da situação das Escolas Católicas na Ucrânia”, e vão refletir “sobre que tipo de ajuda pode ser dada”.

Os trabalhos encerram com a apresentação do projeto «Planeta Fraternidade» a cargo de Hervé LeComte.

Educris|28.04.2022



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