Ernesto Diaco sublinhou importância da disciplina como ferramenta para o desenvolvimento pessoal e o diálogo intercultural nas escolas
O Ensino da Religião Católica (IRC) nas escolas italianas é, há 40 anos, uma disciplina que promove “o conhecimento, a reflexão e o diálogo com as grandes questões da vida”. Quem o afirmou foi Ernesto Diaco, diretor do Gabinete Nacional para a Educação, a Escola e a Universidade da Conferência Episcopal Italiana, que esteve presente na Jornada de EMRC que o Centro de Estudos de Fátima acolheu no passado fim de semana.
Na ocasião, e participando no painel «EMRC em Diálogos Internacionais», o responsável sublinhou que “o Ensino da Religião nas Escolas não é catequese: é um momento de conhecimento, confronto e diálogo. É um espaço de cultura”, declarou.
Num olhar histórico sobre o modo como a disciplina se apresenta no sistema educativo italiano, Ernesto Diaco deu a conhecer que esta presença remonta a 1984, por ocasião “da Concordata entre a República Italiana e a Santa Sé” e é hoje “uma disciplina de escolha livre, mas com forte adesão por parte dos alunos italianos”.
“O Estado reconhece o valor da cultura religiosa e a sua presença no património histórico do povo italiano”, explicou.
Para o responsável a presenta da religião na escola é fundamental para permitir um “desenvolvimento integral” das novas gerações.
“O ensino religioso na escola abre à dimensão religiosa, promove a reflexão sobre a experiência de vida e responde às perguntas profundas dos jovens sobre o sentido da vida e da morte, da dignidade humana, da justiça, do amor, da felicidade e do perdão”, enumerou.
Na sua intervenção Ernesto Diaco sublinhou, por diversas ocasiões, a importância da disciplina e o seu “papel fundamental na formação cívica dos alunos e na convivência social”, preparando-os para o respeito pela diferença e para o diálogo com outras culturas e religiões num momento de diversidade cultural e religiosa.
“No Ensino Religioso educa-se para a abertura ao outro, para a compreensão mútua e para a colaboração pelo bem comum”, reforçou.
Num momento de “mudança de época”, como a apelidou o Papa Francisco, o responsável italiano deu conta da “necessidade de renovar o corpo docente”.
“Começamos a ter falta de professores de ensino religioso em algumas zonas de Itália. Precisamos de comunidades capazes de gerar vocações para a educação, com verdadeiro sentido de missão”, apelou.
Na sua intervenção citou ainda o recém-eleito Papa Leão XIV, como inspiração para os educadores.
“Tal como o Papa, também a nós é pedido que guardemos o rico património da fé cristã e que lancemos o olhar para longe, enfrentando os desafios de hoje”.
Para Ernesto Diaco, o Ensino da Religião Católica deve continuar a ser “uma aliança educativa entre Estado, Igreja, escola, professores, famílias e alunos”, ao serviço de um único objetivo, o de formar “jovens conscientes, responsáveis e preparados para viver no mundo”, completou.
A Jornada de EMRC reuniu 150 professores de Educação Moral e Religiosa Católica e refletiu sobre o tema «EMRC: Cuidar a Esperança com profecia»
Educris|03.06.2025