Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã deixou desafios e apontou lacunas à transmissão da fé em Portugal
D. António Moiteiro disse hoje em Braga que a opção vital da catequese portuguesa deve passar “pelo primeiro anúncio” e pela “formação de catequistas”.
Numa conferencia subordinada ao tema «Opções da catequese m Portugal», no 1º Encontro ibérico de Catequetas, o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) lembrou que a realidade atual “na transmissão da fé transmutou-se nas últimas décadas” o que faz com que o “primeiro anúncio já não aconteça na família”.
“O primeiro anúncio hoje já não acontece, como anteriormente, na família. Hoje este primeiro anúncio, a descoberta de Jesus ressuscitado pode fazer-se pelas vias do ensino religioso e da catequese. Trata-se de um primeiro anúncio, a apresentação de Jesus ressuscitado”, considerou.
Para o também bispo de Aveiro a aposta da CEECDF passa pela “formação de catequistas” que possam depois “ajudar a iniciar os mais novos na descoberta da pessoa de Jesus” e só depois “na aprendizagem da doutrina como processo de identificação”.
“Creio que ainda temos muitos catequistas que não realizaram ou que não tem claro o primeiro anúncio. Daí que o nosso plano de formação de catequistas dê prioridade ao primeiro anúncio”.
Referindo-se à realidade de algumas comunidades na sua diocese o prelado afirmou que o “espaço da catequese” não pode “ser desaproveitado, perdido, com catequistas desesperados a mandar calar ou simplesmente a deixar passar o tempo procurando que os catequizandos decorem fórmulas”.
No final da sua intervenção D. António Moiteiro apresentou as opções fundamentais para a catequese em Portugal.
“A primeira opção é o primeiro anúncio feito aos catequistas, às famílias e crianças. A segunda passa pela vida da mistagogia e da beleza para se chegar ao encontro com Deus”.
“Hoje vemos que em muitos lugares existem muitos a frequentar a catequese, mas poucos a participar na eucaristia”.
Para D. António Moiteiro esta realidade prende-se “com o peso cultural das festas da catequese” mas ´sustentou ser necessário “a existência de comunidades que sejam educadoras e mães”.
“Muitas vezes parece que as comunidades nada ter a ver com a catequese e catequeses que nada tem a ver com a vida comunitária. É fundamental que a comunidade seja mãe e educadora”, apontou.
No final D. António Moiteiro considerou como vital a existência de uma “dimensão eclesial e do acompanhamento pessoal” para o encontro com Jesu na vida de cada um.
Educris|13.07.2019