«Reaprender a gramática do Humano e aí reconhecer a ação de Deus», padre Tiago Neto

Responsável pela Catequese de Lisboa desafiou catequistas a olhar para a atualidade como uma oportunidade para a transmissão da fé

O padre Tiago Neto, diretor do Setor da catequese do Patriarcado de lisboa, desafiou hoje os catequistas a fazerem um acompanhamento pessoal deixando a tentação da “massificação clássica” que não permite mais “a transmissão da fé às novas gerações”.

“O Diretório pede-nos, a nós catequistas, que não tenhamos um ‘pronto a vestir’ para quem vem ter connosco, mas devemos costurar um ‘fato’ adaptado a cada pessoa. Isso só pode acontecer quando reaprendermos a gramática do Humano, olhando para cada um como Pessoa”.

Na conferência desta tarde, inserida no 49º Encontro Interdiocesano, sob o tema «Identidade da Catequese», o sacerdote deu conta do fim “do cristianismo sociológico” e de uma “oportunidade para a fé” trazida pelo primado da liberdade.

“Estamos no fim de um cristianismo sociológico. A fé por osmose acabou. Mas este não é o fim do cristianismo. É, sim o fim de uma certa maneira sociológica de entender a fé. Neste sentido o tempo de hoje é uma oportunidade. A cultura atual não transmite a fé, mas transporta consigo a liberdade de cada um poder ou não aderir a fé”, apontou.

Num tempo “em que o humano tem várias vidas” e onde os laços “relacionais são provisórios” o Cristianismo tem “um terreno favorável para ser apresentado”.

“Hoje o Cristianismo deve ser apresentado não sob o regime da lei, mas da graça que exprima a liberdade de cada um em acreditar. Este é um tempo favorável”, situou.

Criticando muitas das práticas pastorais “que ainda estão orientadas para uma grande massa, para uma grande maioria” o padre Tiago Neto deu conta “da dificuldade que vamos sentido para nos percebermos como minoria capaz de gerar vida”.

“Vivemos numa onda de transição que nunca nos deve fazer esquecer que a realidade do cristianismo não depende de nós. Passaremos, assim, de um cristianismo de convenção para um cristianismo de convicção”.

No final da sua intervenção o responsável pelo Setor da Catequese de Lisboa desafiou os catequistas a entenderem a catequese como “lugar e oportunidade “de “ajudar a pessoa a ter uma mentalidade de fé. Trata-se de fazer da fé uma transformação da vida através de um acompanhamento pessoal e próximo”, concluiu.

Educris|13.02.2021



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