Covid-19: Papa reza por «uma Europa unida e fraterna» (C/vídeo)

Francisco lembrou sonho dos pais da europa e convidou os cristãos a interrogarem-se sobre o caminho da luz e da escuridão

“Neste tempo em que é necessária muita unidade entre nós, entre as nações, rezemos hoje pela Europa: para que a Europa consiga alcançar esta unidade, a unidade fraterna com a qual os pais fundadores da União Europeia sonhavam”, pediu o papa no início da eucaristia transmitida pelos serviços de comunicação do Vaticano.

Na sua homilia Francisco convidou os fiéis a olharem para o diálogo entre Jesus e Nicodemos (Jo 3, 16-21), como “um verdadeiro tratado de teologia” pois nele se encontra “o querigma, a catequese, a reflexão teológica, a parénese”.

Francisco apresentou “dois dos pontos” presentes no diálogo: «Amor de Deus e Luz».

“Deus ama-nos, e ama-nos - como diz um santo - como uma loucura: o amor de Deus parece uma loucura”, começou por explicar.

O papa explicou que “o crucifixo é precisamente o grande livro do amor de Deus. Não é um objeto para colocar aqui ou ali, mais bonito, não tão bonito, mais antigo, mais moderno... não. É precisamente a expressão do amor de Deus. Deus amou-nos desta forma: enviou o seu Filho, aniquilou-se a si mesmo até morrer na cruz por amor”.

“Olhar para o crucificado em silêncio, olhar para as chagas, olhar para o coração de Jesus, olhar para o todo: Cristo crucificado, o Filho de Deus, aniquilado, humilhado... por amor. Este é o primeiro ponto que este tratado de teologia nos faz ver hoje, o diálogo de Jesus com Nicodemos”, explanou.

Sobre o tema “da Luz” Francisco constatou eu “existem pessoas que não conseguem viver na luz. São como que morcegos humanos”.

Para o papa “o viver sempre na noite” pode significar, para cada um, “a vida em pecado que não tolera a luz”.

“É mais confortável para nós viver na escuridão; a luz bofeteia-nos, faz-nos ver o que não queremos ver”.

O papa alertou, em seguida, para o perigo de uma vida de “escuridão onde a corrupção habita”

“Mas o pior é que os olhos, os olhos da alma de tanto viver na escuridão habituam-se a isso a tal ponto que acabam por ignorar o que é a luz. Perdem o sentido da luz, porque se habituam mais à escuridão. E tantos escândalos humanos, tantas corrupções indicam isso. Os corruptos não sabem o que é luz, não a conhecem”.

No final Francisco convidou os fiéis a interrogarem-se:

“Duas coisas hoje: o amor de Deus em Cristo, no crucificado, na vida quotidiana. E a pergunta diária que podemos fazer a nós mesmos: «Caminho na luz ou na escuridão? Sou filho de Deus ou acabei por ser um pobre morcego?»”.

Educris|22.04.2020



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