Madrid: «As Escolas Católicas trazem consigo um tesouro», Toni Segarra

Segundo dia do Congresso das Escuelas Catolicas aprofundou o verbo «estar»

No segundo dia dos trabalhos em Madrid, que reúnem mais de dois milhares de participantes e uma comitiva alargada de Portugal, o psicólogo Victor Amat apresentou propostas muito pertinentes para “estarmos” felizes e vencermos a frustração, aceitando que nem sempre estamos “em forma”, reconhecendo que nem sempre as nossas soluções resultam e tendo pensamentos positivos. E não sonhando com situações ideais, pois elas não existem e só criam estados de ansiedade.

Já Sílvia Álava, também da área da psicologia abordou o “estar bem” numa época com uma “percentagem considerável de distúrbios na saúde mental nos alunos” e com “muitos adultos” a apresentarem Estados depressivos e de solidão”.

“Há que saber ser, estar, escutar, cuidar e cuidar-se em detrimento do muito fazer, como nos exige a dinâmica da sociedade hodierna”, apelou.

Uma comunicação da verdade e de verdade

Ainda durante o dia o publicista e diretor criativo Toni Segarra abordou o pertinente tema «Estar atento», quando são múltiplas as solicitações que nos invadem.

“A Internet, assim como a inteligência artificial ainda é um desafio desconhecido, mas será ela a ter a capacidade de acertar com a mensagem mais eficaz a comunicar. Como toda a inovação, tem potencialidades e ameaças, e pode tornar as pessoas melhores se for bem potenciada”, afirmou.

Para o especialista espanhol “as escolas católicas têm como um tesouro, tal como a igreja, a identidade que se pode chamar carisma ou, mais profundamente, verdade. Esta é a sua marca que é baseada em relações com os jovens e famílias. Se não há um fundo de verdade no que se quer comunicar, a comunicação fracassa”, completou.

Margarita Álvarez, apoiando-se na sua longa experiência de presidente do Instituto Coca-Cola da felicidade, falou sobre «Estar com o outro». Mais do que um simples “bem-estar”, a felicidade é “paz interior e serenidade”.

“Hoje é fundamental conhecermo-nos. Reconhecer as nossas emoções e pensamentos e cuidarmos de nós mesmos. Só assim estamos capazes do altruísmo, do reconhecimento, da humildade, da confiança e empatia”, completou.

“Educar em Família” foi o tema abordado por Virgínia Cagigal, investigadora e terapeuta familiar. Entendendo “educar como processo de construção da identidade”, falou da importância do “ser e estar” em família (os pais são a primeira referência do desenvolvimento da identidade), da segurança e da relação, por vezes, tensa, entre a família e a escola.

A última conferência do dia coube a Belén Blanco, responsável por uma rede de escolas católicas, abordando o tema “Educar com visão”. Falou de escolas “em saída” (na esteira da Igreja em saída pedida pelo Papa Francisco), na dialética entre o tempo presente e o tempo futuro, no legado da identidade, no cuidado das relações, na paixão do educador (fundamental para ele viver a sua vocação e transmitir confiança aos alunos). Por último, deixou uma série de desafios ao nível da gestão, da pedagogia e da pastoral.

Educris com Jorge Cotovio

Imagem: Escuelas Catolicas

Educris|09.11.2024



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