Açores: Recoleção para catequistas aprofundou reflexão sobre crianças com necessidades especiais
Ouvidoria do Faial integra já crianças “neurodivergentes” e catequistas procuram mais formação
34 catequistas do Faial estiveram reunidos, na habitual recoleção da Quaresma, a aprofundar “conhecimentos e estratégias de acompanhamento de crianças autistas, com dislexia, déficit de atenção e hiperatividade”.
A iniciativa, orientada por Catarina Taibo, psicóloga e Teresa Andrino, psicomotricista, técnicas do Centro de Desenvolvimento Infanto Juvenil dos Açores, procurou “sensibilizar as catequistas sobre o modo como podem interagir com estas crianças e gerir os grupos onde elas se inserem”, lê-se na nota da Pastoral Profética da Ouvidoria da Horta, citada pelo portal Igreja Açores.
“Foi maravilhoso e um tema muito interessante para os dias de hoje, já que temos cada vez mais casos de crianças com problemas e não temos formação suficiente para lidar com eles. Para mim foi muito útil!”, considerou Fátima Moniz, catequista da paróquia dos Cedros.
A sessão formativa aprofundou os conhecimentos acerca da “Perturbação do Espectro do Autismo (PEA)”, que é, de acordo com os responsáveis, uma das realidades mais comuns nos Açores.
“Não tinha a noção que os Açores tinham tão elevado número de casos. Fez-me pensar o quão felizarda sou por não ter estas situações nem na catequese nem na família. E as dificuldades que os colegas enfrentam…Fiquei muito sensibilizada”, afirmou por seu lado Regina Venâncio Silveira, catequista da Paróquia de São Mateus, Ribeirinha.
Para Verónica Amaral, esta formação ajudou a “a compreender melhor as crianças” e vai ajudar “à sua integração em contexto de catequese”.
“Oxalá possamos também a partir da catequese ajudá-las a inserirem-se na sociedade e as famílias vejam em nós uma ajuda”, acrescentou a catequista da paróquia de Nossa Senhora da Ajuda, em Pedro Miguel.
No final da formação o padre Bruno Esteves Rodrigues, responsável pela catequese na ilha do Faial, mostrou-se “satisfeito” pela possibilidade de “poder sensibilizar e formar pessoas que lidam com situações diversas, para as quais não têm conhecimentos e cujas atitudes podem ser determinantes na inclusão ou exclusão destas crianças”.