Setúbal: «Tendes nas mãos a vida dos jovens. Obrigado pela vossa entrega», Cardeal Américo Aguiar
Bispo de Setúbal presidiu à Eucaristia de encerramento do «Jubileu dos Catequistas» da Diocese. Prelado afirmou que há catequistas que conhecem “mais a vida desses jovens do que as próprias famílias” e pediu-lhes para serem “pescadores de homens”
Cerca de quatro centenas de catequistas de Setúbal participaram, no passado Domingo, no Jubileu dos Catequistas da Diocese sadina.
Na sua homilia, na missa de encerramento da iniciativa, D. Américo Aguiar pediu um “testemunho de fé” a estes agentes.
“Podemos saber muito, podemos ser especialistas, mas depois termos dificuldade em transmitir, em dar testemunho desse Cristo vivo que habita nos nossos corações. Sejamos equilibrados nos cursos, nas preparações, deixemos também tempo ao coração, à preparação espiritual”, afirmou.
Para o prelado a missão dos catequistas envolve “sacrifício” e contribui para a mudança da “vida de tanta gente”.
“É importante, mas não me preocupa tanto a preparação técnica, académica dos catequistas. Eu quero que sejam, acima de tudo, homens e mulheres de testemunho de fé. Se as crianças, os jovens e os adolescentes chegarem ao fim da catequese e tiverem ganho do catequista ou da catequista o hábito de rezar, está a ganho”, desenvolveu.
Na ocasião foram entregues os diplomas aos catequistas que celebram este ano 25, 50 e mais de 50 anos de missão. A todos D. Américo Aguiar agradeceu “a entrega de tanto tempo”, ao ser catequista.
“Nós queremos dizer-vos obrigado por aceitardes o chamamento a serdes catequistas, porque a nossa Diocese nestes 50 anos está muito agradecida. E a Igreja às vezes tem dificuldade em reconhecer, em agradecer e em retribuir”, enalteceu.
O prelado recordou que este é um trabalho que exige “tantos sacrifícios” para ajudar a “mudar a vida de tanta gente”, numa missão tantas vezes silenciosa.
“Sábado após sábado, domingo após domingo, semana após semana, ano após ano, apesar de tudo, apesar dos problemas, apesar das dificuldades, apesar de algumas catequistas julgar que mandam em tudo, que mandam no padre, nós sabemos que há vidas que foram tocadas graças à pessoa do catequista ou da catequista”, lembrou.
Afirmando ter conhecimento de que muitos catequistas sabem mais das crianças e adolescentes “mais do que as próprias famílias”, o cardeal português alertou para a “enorme responsabilidade” que isso acarreta.
“Principalmente quando temos consciência do quanto isso é, para nós, uma enorme responsabilidade. Alguns de vocês, algumas de vocês, têm, de facto, a vida dos jovens nas vossas mãos. E podem condicionar essas vidas”.
Ao comentar o evangelho deste Domingo, que retrata o episódio da «Pesca Milagrosa», o Papa convidou os catequistas a “ser pescadores de Homens”.
“«Não tenhais medo agora de ser pescadores de Homens», e o texto termina dizendo que eles seguiram Jesus. Ora, é o que nós queremos que aconteça todas as semanas, todos os dias, em todas as histórias de vida, em que nos encontramos com cada um de vocês, em que cada um de vocês se encontra com os nossos jovens, adolescentes e adultos, quando lhes falamos de Jesus e quando lhes damos testemunho de Cristo vivo”, completou.