Beja: Espero muito dos catequistas desta Diocese», D. Fernando Paiva

Bispo diocesano apresenta desafios e traça o perfil de uma Diocese em profunda mutação

Nomeado pelo Papa Francisco em março deste ano, como o 15º bispo de Beja, D. Fernando Paiva, de 61 anos, entrou na diocese de Beja há somente 4 meses.

“Este é o tempo de conhecer a realidade, as pessoas e as instituições”, explica ao EDUCRIS à margem do «Dia Diocesano do Catequista» e da «Formação Interdiocesana de EMRC» que no passado sábado tornaram Beja uma verdadeira “capital da Educação Cristã” em Portugal.

Enquanto se dirige para uma “pequena conversa” com o EDUCRIS, D. Fernando Paiva começa por lembrar que “o Alentejo de hoje não é o mesmo de há 20 anos”.

“Esta região apresenta diversos desafios. Desde logo temos pouca gente para uma extensão tão grande de território [ndr: Beja é a segunda maior diocese portuguesa em extensão). A desertificação do interior faz-se sentir e o envelhecimento é uma realidade. Mas temos muitos sinais de esperança. Aqui há muita gente que acredita em Jesus e que se empenha para viver, em verdade e coerência a sua fé”.

Entre os desafios, que “já temos vindo a refletir e aprofundar”, está o de "uma atenção e um cuidado especial com os migrantes, “cada vez mais numerosos na região”, numa paisagem “que também está em mutação com novas explorações agrícolas” e “um contexto diverso do passado”.

“Importa aprofundar o olhar para discernir quais as melhores soluções. Vivemos hoje um novo tempo e é fundamental buscar novas soluções sabendo que as respostas de ontem já não servem o hoje ao qual somos convidados a levar Jesus e o Seu Evangelho”, desenvolve.

Obrigado, Catequistas. Espero muito de vós!

Em vésperas do Jubileu da Esperança o novo bispo de Beja mostra-se sensibilizado pela mobilização dos catequistas da região naquele que é o primeiro encontro sobre «Cuidado dos menores e adultos vulneráveis».

“Espero muito dos catequistas. Devo ter para com eles uma palavra de muito apreço por tanto que dão do seu tempo, de modo gratuito, voluntariamente, com sacrifícios na vida pessoal e familiar. Este é também um sinal de esperança”.

Mais duas catequistas o cumprimentam e um sacerdote passa sorridente no meio do corredor do grande seminário de Beja que hoje acolhe uma escola católica e é o Centro Diocesano e Pastoral.

A todos cumprimenta e sorri e, sem perder o sentido do que quer transmitir sustenta que “a catequese tem hoje um papel fundamental” na missão evangelizadora da Igreja.

“Hoje muitas crianças aproximam-se da catequese sem uma caminhada em família. A catequese funciona como um veículo de evangelização das próprias famílias. Acontecem aqui coisas muito bonitas. As crianças porque frequentam a Igreja, a catequese, são sinal de Cristo para os próprios pais”, alegra-se.

No andar de cima mais de uma trintena de professores de Educação Moral e Religiosa Católica estão em formação sobre os novos recursos digitais.

Também com estes o prelado esteve e deixou uma palavra de esperança numa “missão nem sempre fácil”.

“A EMRC é uma presença da Igreja na escola. Estamos cientes das dificuldades a vários níveis, não apenas pela crescente secularização, o que faz com que muita gente não se interesse pelo fenómeno religioso, mas também pelas questões organizacionais das próprias escolas”.

Em vésperas do Jubileu de 2025 D. Fernando Paiva alegra-se “por tantos professores de EMRC que dão, diariamente, o seu melhor, nesta missão de ser e fazer crescer os mais novos para uma cidadania ativa a partir dos valores do Evangelho”.

Educris|11.11.2024



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