“Precisamos de um catequista novo. Não de alguém perfeito, mas com algumas características, ainda que embrionárias, que podem ser trabalhadas e treinadas”, sustentou.
No webinar que apresentou o novo recurso «Raízes» o primeiro do Tempo do «Discipulado Missionário», o sacerdote elencou algumas características fundamentais ao ser catequista, hoje.
“Hoje precisamos de alguém que seja um bom comunicador e isto treina-se. Um bom gestor de relações interpessoais. Os adolescentes sentem-se muito abandonados e o trabalhar em grupo leva a gerar comunidade. Um catequista que encoraja, que dá animo, não apenas de um professor. Um teólogo, que faz pontes, que liga a tradição e a vida concreta de cada miúdo”, desenvolveu.
“Discipulado Missionário e uma expressão retirada da Evangelii Gaudium onde o Papa nos recorda que nós os crentes somos discípulos e não nos inventemos a nós próprios. Somos discípulos de Jesus, e ao mesmo tempo, somos missionários, partilhando com outros a experiência feliz da fé”, sustentou.
Para o sacerdote esta etapa do desenvolvimento, que vai dos 14 aos 18 anos, é momento “fundamental da reconfiguração da identidade, e um tempo de grandes escolhas”.
“Hoje o adolescente desta fase tem algumas características particulares que trazem desafios ao ‘fazer catequese’. Desde logo estamos em momento de passagem do egocentrismo à relação, de um corpo que muda e da explosão dos afetos, de um novo pensar, que leva a uma certa ansiedade e depressão em alguns casos e este é um tempo marcado pela difícil construção da identidade”, disse.
Deste modo é fundamental oferecer “a fé como uma ajuda à construção da identidade, enraizada em Jesus e dentro da comunidade cristã”.
“Pretende-se que seja um tempo de reconhecimento do protagonismo dos jovens e de valorização da sua corresponsabilidade no processo de catequese”.
Para isso é preciso “ter atenção às linguagens juvenis e insistir-se na vida de grupo com um acompanhamento personalizado”.
O novo «Raízes» (DM1) apresenta-se com uma nova abordagem, em termos gráficos, e está organizado em 5 grandes catequeses.
“Em cada catequese estão previstos quatro encontros mais o encontro inicial. Os temas vão desde a ‘amizade’, passando pelo ‘Amor, Felicidade, Liberdade e Fé’”, explicitou.
No percurso está ainda previsto um “encontro celebrativo”, que pode ser com mais tempo para “arrancar em grande”, e em cada catequese o encontro é guiado por um verbo que convoca à ação.
“Escuta, observa, reza e vive. Com o ‘escuta’ queremos fazer isso mesmo. Uma atitude de pensar o tema a partir da Palavra; no ‘Observa’ procuramos olhar a realidade à volta e a nossa de adolescentes; no terceiro, ‘reza’, queremos fazer sempre um encontro dedicado à oração, com a introdução de maneiras diferentes de orar – novas e mais tradicionais; por fim no ‘Vive’ queremos levar à vida tudo o que foi vivido”, completou.
Num trabalho que resulta de uma parceria inédita entre o Secretariado Nacional da Educação Cristã e a Salesianos Editora, os novos “materiais catequéticos” assumem o nome de “Emaús” e apresentam, como “opções educativas” a pedagogia do “aprender fazendo” e do “aprender juntos”.
Estão já editados os recursos «Viver os Sacramentos», para uso no 3 ano do Tempo de «Aprofundamento Mistagógico», correspondente ao antigo 7º ano, assim como o «Raízes», para uso no 1º ano do Discipulado Missionário (DM1), correspondente ao antigo 9º ano.
Em breve ficará disponível o «Viver em Cristo», o quarto recurso do «Aprofundamento Mistagógico» (AM4) para uso nas catequeses do antigo 8º ano.