ENC24: «Demos um passo importante» com reflexões que vão ajudar a fazer caminho, D. António Augusto Azevedo

61º Encontro Nacional de Catequese terminou, no Algarve, com apelos à “partilha de experiências”, e à capacidade de “gerar dinamismos de encontro e discernimento”

O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) considerou ontem que o Encontro Nacional de Catequese foi “um passo importante” no caminho que está a ser feito para implementar em Portugal o «ministério do catequista».

“Esta reflexão julgo que vai ajudar muito o caminho a fazer. Estamos num processo, em caminho. Nestes dias demos um passo importante. Esta reflexão vai ajudar a trilhar caminhos”, afirmou na conclusão dos trabalhos que reuniram quase 90 responsáveis diocesanos de catequese em Ferragudo.

Sob o tema «Identidade e Ministério do Catequista: Desafios Pastorais», o encontro refletiu e aprofundou os diversos documentos da Igreja sobre o “perfil do catequista” e o seu “ministério”, que o Papa Francisco instituiu em 2021.

No fecho do encontro D. António Augusto Azevedo sustentou que “há um caminho que cada diocese irá fazendo” e considerou que o mais importante é “haver catequistas que promovam o encontro com Jesus Cristo”

“Como catequistas estamos em caminho de aprendizagem, de aprofundamento teológico, pedagógico, espiritual… O que importa é continuarmos a caminhar. E também nesse aspeto, os mais jovens precisam de encontrar um catequista, um companheiro de caminho, mais do que alguém que chegou ao fim do caminho, mas que se deixa interpelar, que está disponível para ouvir, para escutar, para levantar questões ou para se deixar questionar”.

Num momento em que nenhuma das dioceses portuguesas conta com catequistas instituídos D. António Augusto Azevedo alertou para o perigo “das receitas prontas a aplicar” e lembrou “as particularidades e os caminhos a percorrer em cada diocese”.

“Podemos ter a tentação de dar uma receita pronta e acabada para cumprir. Tendo a pensar que nesta matéria não será assim. Há um caminho que cada diocese vai fazendo, dentro das suas particularidades. A partilha do que cada um vai fazendo, nas dioceses e nas paróquias, vai ser muito importante para os outros pois a realidade é plural e não permite receitas prontas”, desenvolveu.

Para o presidente da CEECDF “o catequista não é o que tem a resposta para tudo, mas alguém que acompanha e que faz caminho com, certamente a partir da sua própria experiência”.

“Saio daqui com a convicção de que todos saímos melhores catequistas. Saímos nós, bispos, catequistas das dioceses, os senhores padres que aqui estão e todos vocês depois destas reflexões que ouvimos e partilhamos”, desenvolveu.

Considerando que o ENC permitiu “aprofundar o perfil e a identidade” destes agentes de pastoral, o prelado alertou para “o perigo da uniformidade” e de “ao estabelecermos um perfil corrermos o risco de não encontrar ninguém capaz de lhe corresponder”.

“Os nossos catequistas são muito bons, mas temos de ter a consciência de que todos somos cristãos em caminho, desde o Papa até à criança que está a começar. Muitos terão aqueles atributos que estão referenciados nos documentos, outros que aqui também sugeriram, mas acima de tudo não há ninguém perfeito, também como cristãos e como catequistas estamos em caminho”, ressalvou D. António Augusto Azevedo.

Para além de D. António Augusto Azevedo marcaram presença D. António Moiteiro e D. Manuel Felício, membros da CEECDF e D. Manuel Quintas, bispo do Algarve.

No próximo ano o Encontro Nacional de Catequese regressa à Diocese de Angra, em data ainda a acordar.

Educris|05.04.2024



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