«A Catequese é um lugar de aprendizagem recíproca», Teresa Bartomolei

Professora universitária abordou as “linguagens da fé” e alertou para a necessidade de olhar “a fragilidade e a vulnerabilidade” como lugares de crescimento comunitário

Teresa Bartolomei afirmou aos catequistas, na tarde de sábado, que a catequese deve ser lugar de “reconhecimento da indigência, da fragilidade e da vulnerabilidade” para que se formem verdadeiras comunidades de fé.

“Muito do constante mal-estar juvenil nasce desta incapacidade de aceitar a fragilidade. Tendem a esconder-se as derrotas porque o mundo em que se habita hipervaloriza o sucesso e uma determinada aparência de perfeição. A catequese deve ser um momento de partilha de vida, de acolhimento dos sonhos, das intuições do destinatário”, sustentou.

Abordando o tema «Linguagens da fé e Catequese», a professora universitária apelou a um processo catequético que não se resuma a “uma mera transmissão de saber”, mas que gere “um movimento parabólico”.

“Claro que existe necessidade de transmissão na catequese. No entanto os catequistas devem estar abertos à ação de Deus nas várias dimensões, em primeiro lugar, da sua própria vida, para poderem escutar e ouvir o que o Espírito ensina, pois, o próprio catequista está em caminho e é nele que se deve colocar com o catequizando”, apelou.

Apresentando, como exemplo, a vocação de Samuel, no Antigo Testamento, a investigadora da Universidade Católica Portuguesa, deu conta “da aprendizagem acerca de Deus que faz o próprio velho Eli” no processo de descoberta de vocação de Samuel.

“Eli também não sabe tudo. Quando o menino vem ter com ele o sacerdote não consegue, no imediato, perceber o que se passa. É um caminho de encontro não um momento em que alguém exercita o poder, entendimento como domínio do conhecimento, sobre o outro”, desenvolveu.

Às cerca de seis centenas de catequistas Teresa Bartomolei alertou para a tentação de “buscar resultados e avaliar competências”, e pediu capacidade para “entrar nos lugares de hoje”.

“Temos de entrar nos ambientes de hoje, pedir hospitalidade, comer do pão dos outros, comer do pão do nosso tempo. Se não entramos nas linguagens e culturas do nosso tempo não conseguiremos testemunhar. Viver aí, partir o pão, partilhar do pão da Palavra e receber o pão, numa atitude de reciprocidade”, concluiu.

Educris|24.10.2022



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