«Precisamos mudar estruturas e modos de atuar em catequese», Vânia Pereira

Responsável católica pediu aos catequistas “criatividade” na mudança necessária do ato catequético

Vânia Pereira, da «equipa Arquidiocesana de coordenação do processo sinodal», de Braga, desafiou hoje os catequistas a uma “mudança de paradigma na transmissão da fé”.

“Estamos num momento de mudança clara. Nas famílias, nas pessoas, nas paróquias, na sociedade. O grande desafio da evangelização passa por ir ao encontro desta mesma realidade, não como queríamos que fosse, mas como é, de facto”.

Na conferência «A Catequese na vida das pessoas e das comunidades eclesiais», a responsável apelou a uma “criatividade próxima”, capaz de “abrir as portas para gerar relação com o outro”.

“A criatividade do catequista, e das próprias comunidades, é exigente porque tem de ser próxima da realidade. Perante as mutações rápidas a que assistimos temos de agir, sim, mas agir com o mesmo olhar de Jesus”.

Vânia Pereira sustentou haver já “bons exemplos de paróquias de portas abertas” e desejou, para os catequistas, uma capacidade de se “desligar do hábito”, do “sempre foi feito assim” para reler os sinais presentes na realidade.

“Vamo-nos habituando a algumas coisas e temos dificuldade em nos desligar do hábito. Olhemos, por exemplo, para o calendário da catequese. Quase sempre acompanha o calendário escolar. Fazemos o acompanhamento, a explicação e, nos momentos fortes, do Natal e da Páscoa, dispensamos as crianças”, lamentou.

“A própria paróquia está pensada assim. Precisamos de uma ginástica espiritual para mudar. Temos de fazer diferente pois, por exemplo, ainda pensamos os sacramentos como o concluir de uma etapa e não como os momentos naturais num caminho de salvação”, alertou.

Às seis centenas de catequistas presentes nas Jornadas Nacionais de Catequistas, a responsável desafiou a um trabalho “em equipa” que vá ao encontro da “necessidade explanada no relatório sinodal português”, o qual aponta a “formação como uma necessidade urgente”.

“O desafio passa por formar catequistas capazes de perceber, como na passagem bíblica da vocação de Jeremias, de que nunca estão preparados, mas, com mais formação, torna-se capazes de apresentar com um olhar purificado, com uma intimidade com o Senhor, para ver o tal ramo de oliveira de que fala o texto bíblico”, concluiu.

Educris|22.10.2022



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