Igreja: «Francisco apelou a uma Igreja pobre e atenta ao clamor da terra»

Comissão Justiça, Paz e Ecologia dos Institutos Religiosos de Portugal agradece o pontificado de Francisco e lembra compromisso com “as comunidades excluídas e os descartados”

A Comissão Justiça, Paz e Ecologia, organismo da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CJPE-CIRP), agradece hoje “a vida e testemunho do Papa Francisco” e afirma reconhecer-se  no “apelo a uma Igreja pobre com os pobres, sinodal e em saída, que vive com o ‘cheiro das ovelhas’, atenta aos clamores da Terra e dos descartados”.

“Inspirou-nos a escutar e caminhar com as comunidades excluídas. Ensinou-nos a denunciar estruturas de pecado que desumanizam, despersonalizam, geram pobreza e novas escravaturas, a promover uma justiça económica, social e ambiental que transforme as relações de poder e construa comunhão real”, lê-se na nota enviada ao EDUCRIS.

Sob o título «Francisco: semente de esperança, fermento de justiça» a CJPE-CIRP considera que a vida e legado do Papa mostra “como devolver à religião a força da espiritualidade viva, em sintonia com o Espírito Santo”.

“Como é importante iniciar processos que conduzam a uma participação mais ampla; e como a esperança cristã é compromisso concreto com a dignidade humana e com a conversão das estruturas que ferem o Reino”, desenvolve a missiva.

Falecido nesta segunda-feira, dia 21 de abril, na Casa de Santa Marta na sequência de um acidente vascular cerebral (Ictus Cerebri), O Papa Francisco, de 88 anos, pontificou durante os últimos 12 anos e foi o primeiro papa não europeu em 1200 anos.

“No seu magistério e na sua vida, encontramos alimento para a nossa missão: no incentivo à corresponsabilidade entre leigos, religiosos e clérigos na construção de uma Igreja mais próxima das realidades concretas das pessoas; no funcionamento horizontal em assembleia; nos encontros das comunidades inseridas nas periferias; nos trabalhos em torno das migrações, da habitação e do habitat; na formação nas periferias; na defesa da Casa Comum – entre tantos outros gestos e apelos”, afirmam os responsáveis católicos.

No texto que acompanha a nota a Comissão Justiça, Paz e Ecologia dá conta de que “Francisco foi para nós mais do que um Papa: foi irmão no caminho, voz das periferias, profeta do cuidado e peregrino da esperança comprometida. Como vida consagrada inserida na história concreta das pessoas e das comunidades, reconhecemo-nos profundamente agradecid@s e inspirad@s pela sua paixão pelo Evangelho vivido com os pobres e pela sua ousadia em sonhar uma Igreja sinodal, humilde, próxima e em saída”, lê-se.

O funeral do Papa Francisco realiza-se este sábado, em Roma, pelas 9h00 em Portugal continental. A eucaristia acontece no adro da Basílica de São Pedro e a presidência vai ser do cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Segue, depois, para a Basílica de Santa Maria Maior, onde vai ser sepultado.

Imagem: Vatican Media

Educris|25.04.2025



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