Dia Internacional dos Ciganos: Igreja pede reconhecimento da história, da cultura e identidade do povo cigano

Pastoral Nacional dos Ciganos escreve mensagem assinalando os «desafios persistentes» desta comunidade no acesso à educação, saúde, habitação e emprego

A Pastoral Nacional dos Ciganos (PNC), órgão da Conferência Episcopal Portuguesa, escreveu hoje uma mensagem, por ocasião do Dia Internacional dos Ciganos, onde convida todos à “reflexão sobre a identidade, a cultura e os direitos das comunidades ciganas”.

“Este é um momento importante para recordar a sua luta pela igualdade, dignidade e reconhecimento social”, sustentam os responsáveis católicos.

Reafirmando “o compromisso” da Igreja “com a promoção da justiça social e com o respeito pelos direitos humanos”, a PNC sustenta ser “fundamental que todas as comunidades, sem exceção, se sintam valorizadas e respeitadas na diversidade das suas tradições e modos de vida”.

“Esta data é também uma ocasião para reconhecer e valorizar a história, a cultura e a identidade do povo cigano, parte integrante da riqueza e diversidade da nossa sociedade”, desenvolve a nota.

Considerando que subsistem “desafios persistentes” nas comunidades ciganas em Portugal a missiva considera ser fundamental garantir “o acesso a direitos fundamentais como a educação, a saúde, a habitação e o emprego”.

Na mensagem, o diretor da PNC, Hélder Afonso, mostra “profunda preocupação” com o “atraso na renovação e implementação da Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC)”, a qual considera ser “um instrumento fundamental na luta contra a exclusão social e a discriminação, e na promoção de oportunidades equitativas nas áreas da educação, saúde, habitação e emprego”.

“A ausência de uma nova fase da Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas compromete os avanços alcançados nos últimos anos e fragiliza os esforços desenvolvidos por inúmeras entidades públicas, organizações da sociedade civil e, sobretudo, pelas próprias comunidades ciganas, que continuam a enfrentar desigualdades estruturais e preconceitos persistentes”, reforça.

Pedindo o envolvimento “de todos”, naquilo que deseja ser “um esforço nacional concertado para garantir às pessoas ciganas o acesso equitativo aos direitos fundamentais”, a PNC apela “com respeito e sentido de urgência, às entidades competentes para que retomem e reforcem o compromisso político e social com a plena integração das comunidades ciganas”, e mostra-se “disponível para continuar a caminhar lado a lado com as comunidades ciganas, promovendo a escuta, o diálogo e a construção de pontes de confiança entre culturas, instituições e pessoas”.

Imagem: AIMA Portugal

Educris|08.04.2025



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