25 de abril: Comissão alerta para «condicionamentos da liberdade de expressão e de pensamento»

Comissão «Justiça e Paz» crítica aumento dos discursos xenófobos e racistas e lamenta intolerância crescente

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) alertou ontem para alguns “fenómenos de ausência de liberdade”, que nos 50 anos da democracia em Portugal, persistem em aumentar desigualdades.

“Hoje vive-se um tipo de condicionamento da liberdade de pensamento e de expressão que não deve ser ignorado. Das redes sociais ao espaço público, os silos ideológicos em que nos encerramos contribuem para o fechamento ao outro, para o aumento de discursos racistas, xenófobos ou de intolerância, e para o aumento de vozes pedindo políticas de muros”, afirma o organismo católico em nota enviada ao EDUCRIS.

Sob o tema «Juntos, construímos os próximos 50 anos de Democracia e Liberdade» a missiva considera fundamental “fazer um balanço e projetar com confiança os próximos anos da Democracia” e, “apesar de tantos avanços positivos”, alerta para “fenómenos de ausência de liberdade que exigem uma resposta coletiva”.

“A falta de visão de futuro retira esperança e é, para muitos, condicionadora da liberdade. Condicionadora de oportunidades de uma vida digna; condicionadora da formação da família que muitos desejam e que não podem ter nos termos em que a sonharam; condicionadora da liberdade dos que pretendem fazer de Portugal a base da sua vida, mas sentem-se forçados a emigrar”, lê-se.

Os responsáveis políticos, em véspera da comemoração do 25 de abril, enunciam “alguns caminhos” para garantir “a liberdade e a preservação da democracia”.

“Devemos assumir a erradicação da pobreza e da luta contra as desigualdades e a exclusão social como missão coletiva de prioridade máxima”, procurando “promover uma cultura de igualdade e respeito pela individualidade do outro”, alertam.

A CNPJ pede que se coloque “acima de quaisquer interesses partidários a resolução dos principais problemas dos portugueses para garantir a todos - sem excluir ninguém - um acesso equitativo aos direitos sociais como a saúde, a educação e a habitação”.

Num momento em que o país conta com um novo governo a organização católico pede a promoção de “políticas de longo prazo, sustentáveis e com consideração pela Casa Comum, que apostem na criação de melhores condições de trabalho, de remuneração e de vida para todos”.

“Promover uma cultura de escuta e de diálogo, de forma a preservar e valorizar uma sociedade plural assente no respeito e na fraternidade, que é capaz de discutir os desafios do país com razão, mas também com o coração e com abertura a compromissos”, concluiu.

Imagem: Educris

Educris|21.04.2024



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