Portugal: «Que país construímos e que país queremos construir?», interroga CNPJ

Nota, em contexto de Quaresma, convida a “pensar e agir com liberdade e Esperança”

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), organismo da Igreja Católica em Portugal, acaba de publicar uma nota onde convida a sociedade portuguesa a uma reflexão profunda no ano em que se assinalam os 50 anos sobre o 25 de abril de 1974.

«Pensar e agir com liberdade esperança» surge uma semana após as eleições legislativas, as mais participadas nos últimos anos, e começa por questionar o contraste entre uma humanidade que “conseguiu alcançar níveis de progresso” e o “aumento das desigualdades”.

“O desenvolvimento deveria possibilitar uma vida mais justa e mais fraterna para todos e, no entanto, vemos como essa vida não é uma realidade para um número cada vez maior de pessoas. As desigualdades não só persistem como aumentam, fazendo com que cada vez menos pessoas tenham mais, e mais pessoas tenham menos”, lê-se.

Pedindo uma reflexão sobre a questão a CNJP formula algumas questões a todos os atores sociais e políticos.

“Que país construímos e que país queremos construir? Como cuidamos uns dos outros? Como promovemos o bem comum? Parece-nos que estas e outras perguntas também não podem deixar de ser formuladas e respondidas”, desenvolve a nota enviada ao EDUCRIS.

A missiva, que parte da mensagem do Papa para a Quaresma deste ano, lembra o apelo do Papa à “liberdade” e sustenta ser este “o tempo oportuno para olharmos a realidade e a vida, a de cada um, a de todos, a das nossas comunidades, de um modo que permita discernir nela aquela Presença que nunca a deixou de habitar e na qual podemos encontrar os sinais de esperança que nos façam ousar as transformações que sabemos ser necessárias”.

Convidando todos a “ver a realidade” que se afigura com “muitas inquietações” no cenário global, a CNJP convida à coragem para “tomar decisões muitos importantes” em Portugal e no plano internacional.

“Este é o tempo oportuno para olharmos a realidade e a vida, a de cada um, a de todos, a das nossas comunidades, de um modo que permita discernir nela aquela Presença que nunca a deixou de habitar e na qual podemos encontrar os sinais de esperança que nos façam ousar as transformações que sabemos ser necessárias”, desenvolve.

Retomando o texto do Papa Francisco que apela à escuta do “grito de tantos irmãos e irmãs oprimidos”, o organismo católico apela a uma verdadeira “paragem no deserto” onde se realize “o encontro com Deus e com aqueles com quem Ele se quer encontrar”, sem esquecer “a oração, esmola e jejum”, completa.

Imagem: Unsplash

Educris|17.03.2024



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