Coimbra: «Abraçar a realidade e mostrar a fecundidade do Evangelho», padre Luís Marinho

Assistente nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE) inaugurou Simpósio sobre «Sexualidade, afetividade e Identidade Pessoal», que se realiza em Coimbra, até este domingo

O padre Luis Marinho afirmou hoje que o projeto «entrelinhas», nascido dentro do CNE, não é uma realidade “extra eclesial”, mas configura-se como um espaço “de reflexão católico” para “não deixarmos os jovens isolados nas suas questões”.

“Queremos abraçar a realidade dos jovens as suas dúvidas e desejos e desenvolver a dimensão afetiva na reflexão e prática escutista e eclesial, contribuindo para um discurso aprofundado acerca da sexualidade, na igreja e na sociedade”.

Numa iniciativa que conta com o com o apoio da Fundação Porticus, e que tem como parceiros a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), o Movimento Scout Católico e a Conferência Internacional Católica do Escutismo – Região Europa Mediterrâneo, o responsável escutista considerou ser fundamental “aproximarmo-nos dos jovens e favorecer a inclusão dos dirigentes e jovens à luz da fé cristã”.

“Trata-se de partir do pensamento cristão para enriquecer o sistema de formação de adultos e o respetivo programa educativo. Este é um projeto católico, não um diálogo com a igreja. É um projeto fundamentado e alimentado no seguimento de Jesus Cristo”.

No meio do que considerou ser a presença de “tantas polarizações”, o sacerdote reafirmou a necessidade de “prestar atenção à nossa missão de educadores para não deixarmos os jovens isolados nas suas questões” e desafiou a todos a serem “interlocutores credíveis, e rosto de uma igreja que acompanha, cuida e propõe”.

Perante quase centena e meia de participantes entre escuteiros, professores de Educação Moral e Religiosa Católica e catequistas, o padre Luis Marinho reforçou a convicção de que é necessário “tornar o evangelho fecundo, capaz de dar sabor e beleza à vida de cada pessoa, de cada criança e jovens, que vive ou quer viver a proposta escutista do CNE”.

Também Ivo faria, chefe nacional do CNE, agradeceu a realização do Simpósio e o trabalho desenvolvido pelo ‘Entrelinhas’.

“Ainda bem que temos o ‘Entrelinhas’, e o apoio de tantas instituições, para podermos refletir, pensar e encontrar caminhos em conjunto, numa questão que é tão premente hoje”.

O chefe nacional agradeceu publicamente aos “15 mil voluntários que todas as semanas aplicam o ideário escutista”, e deu conta do trabalho já realizado pelos cerca de 22 intervenientes, de várias áreas do saber, no projeto.

“Desde 2020 que contabilizamos mais de 3000 mil horas de trabalho, com centenas de pessoas envolvidas e uma atenção muito grande à escuta do outro e ao modo como se apresenta”, concluiu.

Levar o Evangelho para que seja Sal e Luz em cada realidade

Presente no Simpósio D. António Moiteiro, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) considerou o “tema muito atual para os professores de EMRC, para os catequistas e para os educadores da escola católica”.

“Penso que a parceria pode ser mais-valia para abordar temas que estão presentes no mundo da educação. Este tem de ter a luz do evangelho para podermos ajudar a encontrar respostas evangélicas aos problemas atuais”.

Para o responsável pela área da Educação Cristã na Igreja “estes temas dizem respeito às famílias, às escolas e aos movimentos apostólicos”, e exigem “um diálogo, não apenas intraeclesial, mas na sociedade”, ajudados pela “ciência e pelo estudo, sobre realidades que desconhecíamos”.

“A proposta cristã é, fundamentalmente, levar o Evangelho a todos. Evangelho que seja Sal que dê sabor e luz que ilumine. Trata-se de saber levar a todos esta que é a Boa Noticia. As questões trazidas pela ciência são-nos caras e temos de estar atentas a elas”.

Mais de uma centena de participantes escutam, ainda este sábado, ‘três lugares – das ciências, da antropologia e da sociologia e política – ‘, onde se experimenta a identidade pessoal de cada um.

Educris|28.01.2023



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