Roma: «Precisamos mudar o paradigma do 'eles' para 'nós'», Carmo Diniz

Responsável vai participar no 1º Congresso da Pastoral da Deficiência Italiana que se realiza em Roma

Carmo Diniz, coordenadora do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência do Patriarcado de Lisboa e coordenadora do Gabinete de Diálogo e Proximidade do Comité de Organização Local da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, já está em Roma onde chegou hoje para participar no 1º Congresso da Pastoral da Deficiência Italiana.

Com o tema «Noi Non Loro, La disabilitá nela Chiesa» [ Nós, não Eles – a deficiência na igreja], a iniciativa conta com a presença de especialistas, e de responsáveis católicos da área da Pastoral a Pessoas com Deficiência, para analisar o lugar e as oportunidades dos crentes portadores de deficiência nas comunidades.

“É bom poder partilhar este caminho, ainda que inicial, mas que realizado em conjunto pode dar mais fruto. Sabemos que o Serviço Italiano vai à nossa frente e queremos aprender com os oradores e com os contactos que vamos manter”, explica antes da partida para Roma.

Carmo Diniz assume que a tarefa de integrar os “irmãos portadores de deficiência” é exigente e só pode iniciar-se com aquilo que apelida de “mudança de paradigma”.

“Temos muito que fazer e sinceramente não sei como fazer. Precisamos de uma mudança de paradigma pois este ‘nós’ e ‘eles’ cria distância e impede a relação”, lamenta.

Lembrando que “as pessoas com deficiência têm a mesma humanidade que todas as restantes”, a responsável advoga a necessidade “do encontro” que permita “olhar para lá da deficiência, olhar para o irmão”.

Olhando para Portugal Carmo Diniz dá conta da existência “de experiências muito interessantes por todo o país” como a que se vive “na comunidade de Telheiras, no Patriarcado de Lisboa, onde a comunidade surda está integrada e tem feito um caminho de catequese e de representatividade na comunidade cristã”.

Também em Fátima e Braga existe “já caminho feito para incluir o irmão que não acompanha a língua falada”.

“O movimento Fé e Luz trabalha em várias comunidades pelo país dentro, com uma proposta paroquial para a inclusão da pessoa com deficiência intelectual”.

A nível nacional o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência criou já “um grupo de cegos católicos, ou com baixa visão” com a missão de integrar e buscar respostas em sinodalidade.

Na primeira iniciativa do género, que decorre hoje e amanhã em Itália, vão estar presentes Carmo Diniz, coordenadora do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência do Patriarcado de Lisboa e coordenadora do Gabinete de Diálogo e Proximidade do Comité de Organização Local da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, bem como José Maria Marrecas Ferreira, membro do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência do Patriarcado de Lisboa, advogado, com baixa visão e promotor do Grupo de Cegos Católicos Português, e Leonor Belo, jovem estudante do Porto com 18 anos, com Trissomia 21, e embaixadora da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.

Educris|03.06.2022



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