Papa reafirma «Educação espiritual» como «a base para o crescimento integral»

No encontro com irmãos Maristas o Papa lembrou a importância da educação para que os jovens possam ser “guardiões da criação”

O Papa Francisco disse hoje aos Maristas, reunidos em Roma na conferência geral, que acontece de oito em oito anos, que na educação “é fundamental estar atento aos sinais dos tempos” e “olhar para a frente” sem “contradição entre a fidelidade às próprias raízes e a abertura universal”.

“Isto significa permanecer fiéis ao serviço da educação e da evangelização dos jovens, segundo o carisma de São Marcelino Champagnat. Ele soube ‘olhar para a frente’, e soube ensinar os jovens a ‘olhar mais além’, a abrir-se a Deus, aos horizontes do amor segundo o Evangelho”, apontou.

Numa sociedade que se apresenta “multicultural e multiétnica” o papa destacou a “sensibilidade e interesse” que hoje os mais novos tem pelas questões da casa comum.

“Os jovens estão a demonstrar sensibilidade e interesse pela ecologia. Aqui existe um grande campo para a educação, porque infelizmente a mentalidade mundana – permitam-me o trocadilho – também polui a ecologia, reduz, torna-a ideológica e superficial”, desafiou.

Aos religiosos Francisco destacou a importância de educar para “uma ecologia integral”, que mantém unidas as dimensões ambiental e social, “o grito da Terra e o grito dos pobres”.

“As crianças, os jovens e os jovens estão predispostos a tornarem-se guardiões da criação, mas necessitam de aprender que isto não se reduz a slogans, não é apenas denúncia, mas é um estilo de vida, requer paciência, fortaleza, temperança, justiça”, reforçou.

Tal como nas “questões da ecologia”, o papa lembrou a importância de uma educação noutros campos como “no compromisso social e político, como o da comunicação, ou mesmo antes do estudo e do trabalho, numa perspetiva de promoção integral da pessoa”.

Para Francisco isso requer uma “educação espiritual” como base “do crescimento integral” para que “Jesus Cristo” seja “o Mestre da vida e da verdade, o caminho a seguir para nos tornarmos homens e mulheres em plenitude, e o Espírito Santo é o Mestre interior que forma Cristo em nós”.

Francisco alertou para a tentação de fazer da educação “um copiar ideias”, à maneira iluminista, e desafiou a um “educar para um olhar mais além, um olhar para cima”,

“A educação é um desafio para a pessoa como um todo: para os pensamentos, sentimentos e trabalho das pessoas. Mas para isso deve olhar-se mais longe”, concluiu.

Educris|24.03.2022