Vaticano: «O Espírito Santo derruba muros e renova o coração da Igreja», afirma o Papa Leão XIV
Na celebração da Solenidade de Pentecostes, o Papa apelidou a ação do Espírito Santo como “força transformadora que vence o medo, rompe fronteiras e semeia a paz num mundo dividido”
Num mundo “anestesiado pela indiferença” e marcado por guerras e solidão, o Papa Leão XIV evocou este domingo, durante a homilia de Pentecostes, o poder do Espírito Santo como sopro “renovador da humanidade e da Igreja”.
“Pentecostes renova a Igreja e o mundo. Abre as fronteiras do coração, dá-nos a graça do encontro com Deus e sustenta os nossos esforços pela construção de um mundo onde reine a paz”, declarou o Papa.
A partir da narração do dia de Pentecostes, presente no livro dos Atos dos Apóstolos, Leão XIV convidou a um momento de contemplação do “antes e depois” da ação do Espírito.
“Após a morte de Jesus, eles se enclausuraram no medo e na tristeza, mas agora recebem finalmente um olhar novo. O Espírito vence o medo, alivia as feridas e unge-os de força”, afirmou.
Citando Santo Agostinho, o papa lembrou que Pentecostes é o “dia solene” em que o Espírito desce como “um vento impetuoso, um estrondo que desperta, um fogo que ilumina”.
O Papa destacou ainda a atualidade da mensagem do Pentecostes, especialmente numa sociedade hiperconectada, mas, paradoxalmente, mais solitária.
“É triste observar como, num mundo onde se multiplicam as oportunidades de socialização, corremos o risco de ser paradoxalmente mais solitários, sempre conectados, mas incapazes de fazer redes”, constatou.
Recuperando as palavras de Bento XVI, o Papa recordou que o Espírito “ultrapassa a confusão de Babel e abre as fronteiras”.
O Papa desafiou a Igreja a ser um espaço “sem fronteiras nem divisões, onde todos são acolhidos como irmãos e irmãs livres em Jesus Cristo”.
Leão XIV condenou a violência, nomeadamente os feminicídios, e alertou para os perigos dos nacionalismos políticos, que “excluem o próximo e constroem muros”.
“O Espírito rompe fronteiras e derruba os muros da indiferença e do ódio”, disse para apelar à evocação do “Espírito do amor e da paz, a fim de que abra as fronteiras, derrube os muros, dissolva o ódio”.
A homilia terminou com uma invocação mariana: “Que Maria Santíssima, Mulher do Pentecostes, nos acompanhe e interceda por nós”.