Vaticano: «Das famílias nasce o futuro dos povos», Leão XIV
Papa reafirmou o papel fundamental da família como caminho para a unidade e paz e convidou os fiéis a viverem o amor cristão como sinal de unidade e reconciliação no mundo
O Papa Leão XIV celebrou hoje, na praça de São Pedro, no Vaticano, a eucaristia conclusiva do Jubileu das Famílias, das crianças, dos Avós e dos idosos.
Na homilia da Missa, celebrada na Solenidade da Ascensão do Senhor, o Papa Leão XIV refletiu sobre a oração de Jesus durante a Última Ceia, destacando que o desejo de Cristo é que toda a humanidade seja “uma só” em comunhão com o amor de Deus.
Para o pontífice, a família é o lugar onde esse chamamento à unidade se torna concreto.
“O Senhor não quer que nos juntemos numa massa indistinta, mas deseja que sejamos um: como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti”, recordou o Papa.
Durante a celebração, que reuniu milhares de fiéis de diversas partes do mundo, incluindo uma comitiva portuguesa, Leão XIV ressaltou a importância dos vínculos familiares como expressão do cuidado, da gratidão e da fé compartilhada.
“Todos nós vivemos graças a uma relação, ou seja, a um vínculo livre e libertador de humanidade e de cuidado recíproco”, pois é “na família” que a “fé é transmitida, de geração em geração, juntamente com a vida”.
Apelando ao respeito pela vida e pela dignidade humana, “em todas as etapas da existência”, o Papa criticou algumas atitudes que “invocam a liberdade” não para “dar a vida, mas para tirá-la; não para socorrer, mas para ofender” e lembrou o papel da oração, na vida dos crentes, que funciona como “bálsamo que cura as feridas provocadas pelo mal”.
“Mesmo diante do mal, que cria discórdia e mata, Jesus continua a interceder por nós. A sua oração torna-se para todos um anúncio de perdão e reconciliação.”
Dirigindo-se diretamente aos esposos, o Papa apresentou os exemplos de Luís e Zélia Martin e os beatos Beltrame Quattrocchi como casais que souberam viver a vocação concreta ao amor verdadeiro, fiel e fecundo.
“O casamento não é um ideal, mas a regra do verdadeiro amor entre o homem e a mulher; amor total, fiel, fecundo”, afirmou, citando a encíclica Humanae Vitae, de São Paulo VI.
Aos filhos o Papa pediu sentimentos de gratidão e obediência para com os pais e avós e a estes últimos recomendou compaixão e sabedoria. Segundo ele, a presença de várias gerações é parte essencial da transmissão da fé e da experiência cristã.
“Na família, a fé é transmitida, de geração em geração, juntamente com a vida: é partilhada como o alimento da mesa e os afetos do coração. Isso torna-a um lugar privilegiado para encontrar Jesus, que nos ama e quer sempre o nosso bem”, desenvolveu.
No final da sua homilia Leão XIV lembrou que a oração do Filho de Deus “alimenta o nosso caminho” na esperança de que “um dia seremos todos ‘um’, no único Salvador, abraçados pelo amor eterno de Deus”, completou.