Audiência-geral: «Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos», diz o Papa

Leão XIV sublinhou hoje a importância da compaixão e da humanidade perante o outro ao comentar a parábola do bom samaritano

Na sua catequese semanal, inserida no ciclo preparatório para o Jubileu de 2025 sob o tema Jesus Cristo, nossa esperança, o Papa recorreu à conhecida parábola do bom samaritano (Lc 10,33) para chamar a atenção para a necessidade de “mudar de perspetiva” e reavaliar a forma como nos relacionamos uns com os outros.

“Às vezes, a falta de esperança deve-se ao facto de nos fixarmos num certo modo rígido e fechado de ver as coisas”, afirmou o Santo Padre, perante milhares de fiéis reunidos no Vaticano.

Sustentando que “as parábolas nos ajudam a olhar” para a realidade “de outro ponto de vista”, o papa convidou os fiéis a olhar o texto como uma “metáfora para a vida”.

“Antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade! Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos”, disse.

Num olhar e reflexão sobre os vários personagens Leão XIV convidou os fiéis a olhar para o modo como o sacerdote e o levita, “passam ao largo do homem ferido” com pressa, num contraponto gritante com o “samaritano, alguém marginalizado à época, mas que decide parar e ajudar.

“É precisamente a pressa, tão presente na nossa vida, que muitas vezes nos impede de sentir compaixão. Quem pensa que o seu percurso deve ter a prioridade, não está disposto a parar por outra pessoa”, disse.

Papa o Papa “a compaixão exprime-se através de gestos concretos. Se quisermos ajudar alguém, não podemos pensar em manter-nos à distância. Devemos envolver-nos, sujar-nos, talvez até contaminar-nos”, desenvolveu.

Olhando, em seguida, para o gesto do samaritano, que cuida das feridas, transporta o homem na sua montada e paga a sua estada numa hospedaria, Leão XIV meditou sobre “o modo humano da compaixão que é um desafio para todos”.

“Só ajudamos verdadeiramente se estivermos dispostos a sentir o peso da dor do outro”, afirmou.

No final da catequese o papa pediu aos cristãos para rezarem ao Senhor pedindo a graça de “poder crescer em humanidade, a fim de que as nossas relações sejam mais verdadeiras, mais ricas de compaixão”.

Imagem: Vatican Media

Educris|28.05.2025



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades