Proteção de Menores: Papa pede «aliança entre a Igreja e as realidades extraeclesiais»
Mensagem foi hoje enviada aos participantes da Assembleia Plenária da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores
O Papa Francisco pediu hoje a construção de “alianças” entre as instituições da Igreja, encarregues da proteção e cuidado dos menores, e as “realidades extraeclesiais”, como as “autoridades civis, peritos, associações”, de modo que “a tutela se torne linguagem universal”.
Numa mensagem escrita que foi lida hoje aos participantes da Assembleia Plenária da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores, que decorre desde o passado dia 24 de março, Francisco classificou o trabalho “precioso da comissão” como um verdadeiro “oxigénio” para as “Igrejas locais e para as comunidades religiosas”.
“Onde há uma criança ou uma pessoa vulnerável salvaguardada, aí serve-se e honra-se Cristo”, apontou.
Para o Papa o trabalho das comissões eclesiais concretiza “uma verdade profética”, pois “a prevenção dos abusos não é um cobertor a estender sobre as emergências, mas um dos fundamentos sobre os quais edificar comunidades fiéis ao Evangelho”.
Sustentando que estas comissões não devem reduzir o seu trabalho à aplicação de protocolos o papa pediu a promoção de “uma formação que educa, verificações que previnem, uma escuta que restitui a dignidade”.
“Quando implantais práticas de prevenção, até nas comunidades mais remotas, escreveis uma promessa: que cada criança, cada pessoa vulnerável, encontrará um ambiente seguro na comunidade eclesial. Esta é a força motriz do que deveria ser para nós uma conversão integral”, sustentou.
Aos responsáveis Francisco apontou três compromissos concreto que passam pelo “trabalho conjunto entre Dicastérios da Cúria Romana”, uma verdadeira oferta de “hospitalidade às vítimas e aos sobreviventes e cuidado para as feridas da alma, segundo o estilo do bom samaritano”, acompanhada pelo “escutar com o ouvido do coração, para que cada testemunho não encontre formulários a preencher, mas entranhas de misericórdia a partir das quais renascer”, para lá das “alianças” entre instituições da Igreja e extraeclesiais.
“Ao longo destes dez anos, desenvolvestes uma rede de segurança na Igreja. Ide em frente! Continuai a ser sentinelas que vigiam enquanto o mundo dorme. Que o Espírito Santo, mestre da memória viva, nos preserve da tentação de arquivar a dor, em vez de a curar”, completou na mensagem escrita.