Ângelus: «Jesus é a salvação, a luz, o sinal de contradição», afirma o Papa
Francisco comentou o evangelho deste domingo, em que a Igreja celebra a festa da «Apresentação do Senhor», e desafiou os fiéis a refletirem, no coração, acerca da “esperança” que move cada um
Leia, na íntegra, a reflexão do Santo Padre
Amados irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho da liturgia de hoje (Lc 2, 22-40) fala-nos de Maria e José que levam o menino Jesus ao Templo de Jerusalém. Segundo a Lei, eles apresentam-no na morada de Deus, para recordar que a vida vem do Senhor. E enquanto a Sagrada Família faz o que sempre se fazia no povo de Israel, de geração em geração, passa-se algo que nunca tinha acontecido antes.
Dois idosos, Simeão e Ana, profetizam sobre Jesus: ambos louvam a Deus e falam do menino «a quantos esperavam a redenção de Jerusalém» (v. 38). As suas vozes comovidas ressoam entre as velhas pedras do Templo, anunciando a realização das expectativas de Israel. Deus está verdadeiramente presente no meio do seu povo: não porque habita entre quatro paredes, mas porque vive como homem entre os homens. É esta a novidade de Jesus. Na velhice de Simeão e Ana, acontece a novidade que muda a história do mundo.
Maria e José, por seu lado, ficaram admirados com as coisas que ouviram (cf. v. 33). Quando Simeão toma o menino nos braços, de facto, chama-o de três maneiras muito bonitas, que merecem reflexão. Três modos, três nomes que lhe dá. Jesus é a salvação; Jesus é a luz; Jesus é sinal de contradição.
Antes de mais, Jesus é a salvação. Assim diz Simeão, rezando a Deus: «Os meus olhos viram a tua salvação, preparada por ti diante de todos os povos» (vv. 30-31). Isto deixa-nos sempre estupefactos: a salvação universal concentrada num só! Sim, porque em Jesus habita toda a plenitude de Deus, do seu Amor (cf. Cl 2, 9).
Segundo aspeto: Jesus é «luz para iluminar os gentios» (v. 32). Como o sol que nasce sobre o mundo, este menino redimirá o mundo das trevas do mal, da dor e da morte. Como temos necessidade, ainda hoje, de luz, desta luz!
Por fim, o menino abraçado por Simeão é sinal de contradição «para que sejam revelados os pensamentos de muitos corações» (v. 35). Jesus revela o critério para julgar toda a história e o seu drama, e também a vida de cada um de nós. E qual é esse critério? É o amor: quem ama vive, quem odeia morre.
Jesus é a salvação, Jesus é a luz, Jesus é o sinal de contradição.
Iluminados por este encontro com Jesus, podemos então interrogar-nos: o que espero eu na minha vida? Qual é a minha grande esperança? O meu coração anseia por ver o rosto do Senhor? Espero a manifestação do seu projeto de salvação para a humanidade?
Rezemos juntos a Maria, Mãe Puríssima, para que nos acompanhe nas luzes e nas sombras da história, nos acompanhe sempre ao encontro do Senhor.