Vaticano: Papa pede capacidade de «espanto e desassombro» perante a «Boa Nova do Natal»

Francisco lembra o drama da “guerra” e das crianças “que já não sorriem” e pede aos mais novos “a capacidade de se deixarem maravilhar, desassombrar” com o modo como Deus atua na história

O Papa Francisco pediu ontem às crianças e jovens da Ação Católica italiana que nunca percam “a capacidade do desassombro”.

“Aprendamos então o espanto. Por favor, não percamos a capacidade do desassombro. Aprendamos a não dar nada por garantido, sobretudo o amor: de Deus e das pessoas que encontramos”.

Partindo das diferentes figuras do presépio Francisco convidou os mais novos a “prestar atenção” e a reparar “no espanto que rodeia cada personagem”.

“Detende-vos perante um personagem de Belém e prestai atenção; depois ide a outro e atentai… em todos existe variedade, os presépios napolitanos são lindos! Mas em todos eles nunca falta Jesus, a Virgem e José; Esse Amor que Deus nos enviou e que a Virgem e José fazem crescer”, afirmou.

Lembrando que o ser cristão implica ser “pescador de homens” o Papa criticou a tentação de “querer capturar outros”, e lembrou que atrair outros a Cristo implica a consciência de um Deus que “respeita nossa liberdade” e oferece “o seu amor para salvação de todos sem excluir ninguém”.

“Jesus partilha connosco a alegria de ser o Filho amado do Pai: «Sabem? - disse-nos - Tenho um Pai maravilhoso, que ama a todos, sem limites, e quero que também vós o conheçais, para que sejais felizes comigo!». É assim que Jesus age como pescador de homens: contagia-nos com a alegria e a maravilha do seu amor”.

Trazendo à reflexão o exemplo do Beato Carlo Acutis, que apelou à “originalidade presente em cada um”, Francisco pediu a capacidade de “ser original” e de não celebrar o Natal “apenas por tradição ou por cópias de outros”.

“Aprendamos então o espanto. Por favor, não percamos a capacidade do desassombro. Aprendamos a não dar nada por garantido, sobretudo o amor: de Deus e das pessoas que encontramos. Divulguemos todos com o nosso espanto: de casa em casa, de freguesia em freguesia, de cidade em cidade, de país em país. Assim espalharemos felicidade, confiança e o conforto. A Natividade é uma boa notícia”, pediu.

Agradecendo os presentes que os mais novos trouxeram para os pobres Francisco deu conta da chegada de “crianças da Ucrânia que fogem da guerra”.

“Encorajo-vos a estar sempre próximos, na oração e na caridade, de quantos sofrem, de tantas crianças que, como vós, estão doentes de fome, de guerra, de doenças. Por falar em guerra, as crianças estão a vir da Ucrânia: são trazidas para aqui para as afastar daquela guerra horrível. Sabeis que as crianças ucranianas, que sobreviveram à guerra, já se esqueceram de como se sorria? Não sabem sorrir. Pensai nestas crianças, nestes meninos. Ao fazê-lo, fazei eco do cântico dos anjos: «Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos que ele ama» (Lucas 2,14)”, completou.

Imagem: Vatican MEDIA

Educris|21.12.2024



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