Paris: «Estamos a destruir o mundo com as guerras», alerta o Papa

Francisco enviou ontem uma mensagem ao 7º Encontro Internacional de Oração pela Paz, onde pede o fim das guerras e um diálogo inter-religioso claro para que as religiões sejam construtores de paz

O Papa pediu ontem o fim das guerras que “estão a destruir o mundo” e a colocar em causa a habitabilidade do planeta e a própria espécie humana.

“Parem a guerra. Parem as guerras. "Estamos a destruir o mundo! Paremos enquanto é tempo", afirmou Francisco na mensagem aos participantes do 7º Encontro Internacional de Oração pela Paz organizado pela Comunidade de Santo Egídio, em Paris.

Na missiva, divulgada no final dos trabalhos, o Papa exortou ao “fim das armas” e a um papel ativo das religiões no “crescimento da fraternidade no mundo”.

“Que as religiões não alimentem conflitos, nacionalismo, etnicismo e populismo, mas favoreçam visões pacíficas”, apelou.

Numa iniciativa que contou com participantes de várias religiões mundiais, e que recuperar o encontro iniciado há 38 anos, em 1986, por São João Paulo II na cidade italiana de Assis, Francisco recuperou o Documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial, assinado com o Grão Imame Ahmad Al-Tayyeb, para exortar as religiões a constituírem-se como “lugares do crescimento da fraternidade”.

“Muitas vezes no passado, as religiões foram usadas para alimentar conflitos e guerras. Um perigo que ainda hoje existe, lembrou.

Para Francisco sempre que o fenómeno religioso é usado para a violência e a guerra, tal resulta “do desvio dos ensinamentos religiosos, do uso político das religiões e também das interpretações de grupos de homens religiosos que abusaram - em algumas fases da história – da influência do sentimento religioso nos corações dos homens”.

“As religiões não devem tornar-se um instrumento para alimentar o nacionalismo, o etnicismo, o populismo. Aí daqueles que tentam arrastar Deus para participar nas guerras”, acentua o Papa.

Num momento de grandes conflitos e de crescimento da tensão no panorama político internacional Francisco lembra que “a grande tarefa da paz” exige “sabedoria, audácia, generosidade e determinação”.

Imagem: PQ

Educris|25.09.2024



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