Dia Mundial da Água: Francisco critica falta de recursos financeiros para os recursos hídricos

Papa pede que “os enormes recursos financeiros” sejam realocados “para fazer da água uma fonte de vida e de progresso para todos”.

Foi através da rede social X, antigo Twitter que o Papa Francisco assinalou hoje o Dia Mundial da Água.

“Hoje, desviam-se para o comércio de armas enormes recursos financeiros e tecnologias inovadoras, que poderiam ser utilizados para fazer da água uma fonte de vida e de progresso para todos”, afirma o Papa no post, lembrando que “nunca foi tão urgente investir no diálogo e na paz”, completa.

Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) o «Dia Mundial da Água» tem este ano o tema «Água para a Prosperidade e a Paz».

Segundo a Unesco as diversas “epidemias globais e conflitos armados”, mostraram como “as condições sociopolíticas sob as quais a água é fornecida, gerenciada e usada podem mudar rapidamente”.

Para a agência da ONU é fundamental estar atento “às novas realidades económicas e sociais”, com destaque para as “alterações climáticas e geopolíticas e as suas implicações nos recursos hídricos”.

“Promover a água para a prosperidade e a paz, portanto, requer ações além do domínio hídrico”.

Defendendo a água como “um bem vital da humanidade” a ONU lembra que “uma em cada quatro pessoas no mundo não tem água potável” e “2 a cada 5 pessoas ainda não têm saneamento básico”.

Em 2015 o Papa Francisco dedicou participar atenção á questão da água na encíclica Laudato Si’.

Em 2019, e numa mensagem enviada ao presidente do Fundo Alimentar Mundial (FAO) por ocasião deste mesmo dia, o Papa referia-se à “água” como “um bem essencial para o equilíbrio dos ecossistemas e para a sobrevivência humana”, afirmando ser necessário “administrá-la e cuidar dela para que não seja contaminada ou perdida”.

“As novas gerações são chamadas - juntamente com todos os habitantes do planeta – a valorizar e defender este bem. É uma tarefa que começa com a sensibilização perante aquelas pessoas que sofrem as consequências inevitáveis das mudanças climáticas e de todos aqueles que são vítimas de uma ou outra forma de exploração e contaminação da água por vários fatores”, escreveu Francisco na ocasião.

Na ocasião Francisco lembrou a importância da “educação” para o surgimento de “uma nova visão deste bem, produzindo gerações que valorizam e amam os recursos que a nos dá a nossa mãe Terra”.

“É necessário desenvolver planos de financiamento, bem como projetos hídricos de longo alcance. Esta firmeza conduzirá à superação da visão de transformar a água numa mera mercadoria, regulada exclusivamente pelas leis do mercado”, concluiu na ocasião.

Imagem: Unsplash

Educris|23.03.2024



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