Igreja: D. Américo Aguiar vai ser cardeal

Anúncio foi feito hoje, após a oração mariana do Ângelus, pelo Papa Francisco e contempla 21 novos cardeais para a Igreja Católica, no próximo mês de setembro

O Colégio de Cardeais vai contar com 21 novos membros, de várias procedências, que se juntam aos atuais 222 membros por direito.

“Em 30 de setembro próximo haverá um novo consistório para a criação de novos cardeais. A sua proveniência exprime a universalidade da Igreja que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todas as pessoas da terra”.

Francisco lembrou que os cardeais são “uma ligação entre a Sé de Pedro e as igrejas particulares de todos o mundo” e elencou os nomes dos nomeados. 21 nomes, três com mais de 80 anos no momento da sua criação como cardeal.

“Rezemos pelos novos cardeais, para que, confirmando a sua adesão a Cristo, misericordioso e fiel sumo-sacerdote, eles possam ajudar-me no meu ministério como bispo de Roma para o bem de todo o santo povo fiel de Deus”, disse o Papa.

Ninguém sonha ser cardeal

Numa primeira reação à nomeação D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, mostrou-se surpreendido pela notícia e admitiu que a mesma “é uma homenagem à juventude portuguesa".

“Acho que é uma homenagem à juventude portuguesa”, afirmou no meio no meio do Entreposto Logístico de Setúbal, onde centenas de voluntários preparam os Kit’s para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

“Eu li como um gesto do Papa Francisco em relação aos jovens e ao que nos diz insistentemente, de os jovens se levantarem e assumirem o protagonismo nas suas vidas. Nós somos meros intermediários que vamos ajudar a que isso possa ser ainda mais incentivado junto dos jovens”, disse o ainda bispo auxiliar de Lisboa.

Como único português na lista dos novos cardeais D. Américo Aguiar lembra que tal é uma responsabilidade acrescida e que a decisão do Papa não teve a ver com as suas competências, mas sim com a dedicação dos jovens envolvidos na preparação e realização da JMJ.

“Ninguém sonha ser cardeal, acho eu, só se não tiver juízo”, apontou Américo Aguiar, entre sorrisos.

Entre os vários novos cardeais encontram-se nomes como o dos prefeitos do Dicastério para a Doutrina da Fé, o arcebispo Victor Manuel Fernandez, do Dicastério para os Bispos, Robert Francis Prevost, e do Dicastério para as Igrejas Orientais, Claudio Gugerotti. Também Stephen Chriw Sau-yan, de Hong Kong, e o patriarca latino de Jerusalém, monsenhor Pierbattista Pizzaballa, vão ser cardeais.

Com a nomeação de D. Américo Aguiar a Igreja Católica em Portugal passa a contar, pela primeira vez na sua história, com seis cardeais em simultâneo. D.Américo Aguiar, D.Manuel Clemente, D.António Marto, D.Tolentino Mendonça, D. José Saraiva Martins e D. Manuel Monteiro de Castro.

Perfil de D. Américo Aguiar

D. Américo Aguiar entrou no seminário com 22 anos. Prestes a completar 50 anos, o que o torna o segundo cardeal mais jovem da atualidade, o ainda bispo auxiliar de Lisboa, é natural de Leça do Balio, Matosinhos e foi ordenado padre em 2001. Enviado para a paróquia de São Pero de Azevedo (Campanhã) ali serviu durante algum tempo. Foi notário da Cúria Diocesana do Porto entre 2001 e 2004, chefe do gabinete de informação e comunicação da Diocese do Porto entre 2002 e 2015, vigário-geral e chefe de gabinete dos bispos Armindo Lopes Coelho, Manuel Clemente e António Francisco dos Santos, tendo exercido as funções de capela-mor da Misericórdia do Porto.

Foi assistente do Corpo Nacional de Escutas (CNE) até 2008 e pároco da Sé do Porto entre 2014 e 2015. Foi nomeado cónego do Cabido da Sé do Porto em 2017.

Desde 2011, que o também presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, preside à direção da Irmandade dos Clérigos e desde 2016, que tem a seu cargo a presidência do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia.

Educris|09.07.2023



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