II Congresso: «As escolas católicas são uma grande rede de esperança», afirma D. José Tolentino Mendonça
Cardeal português pediu que a proposta das escolas católicas «seja voz original» em mensagem ao II Congresso Nacional da Escola Católica
O Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação pediu hoje às escolas católicas portuguesas que sejam “ponto de referência credível” numa realidade em mudança de época.
“As escolas católicas são, na rede geográfica do nosso país, uma grande rede de esperança. São como faróis acesos porque autênticos pontos de referência credível, pontes para um diálogo, forma de presença estabelecida, que favorecem a amizade social e o sentido de fraternidade de que de nos fala do Papa Francisco”.
Na videomensagem que enviou ao II Congresso Nacional da Escola Católica o prelado português, responsável no Vaticano pela educação, exortou as instituições de ensino católico a fazer “com que a nossa proposta seja original, com força generativa, com substância e alegria, com verdadeira profecia no campo da educação pois nós precisamos de profetas neste campo da educação”.
Lembrando que a Escola Católica “tem uma natureza própria”, que não é apenas “uma etiqueta”, D. José Tolentino Mendonça desafiou a redescoberta de se “saber o que é” não como “traço acidental mas como modo de presença e serviço”, na linha do que o Concilio Vaticano II já preconizada na declaração Gravissimum Educationissobre a educação cristã.
“Hoje a complexidade dos tempos tem crescido. Isso faz com que a resposta das escolas católicas esteja necessariamente consciente de toda esta complexidade. Hoje é consensual que a tarefa educativa é realizada num contexto de emergência que não pode ser indiferente à realidade das escolas católicas”, alertou.
Para o responsável pela educação do Vaticano a promoção da identidade e missão da escola católica implica o “estabelecimento do diálogo, interno e externo” tendo em vista “a celebração de uma aliança”, sem a qual “o diálogo corre o risco de se tornar inconsequente”.
“A escola católica é hoje, para muitas famílias, a oportunidade de intercetar a Igreja, uma espécie de ‘interface’ e a oportunidade de contacto com a Igreja e com a fé”.
No final da sua intervenção o cardeal português desafiou os presentes a “não desistir de propor horizontes de educação integral, que desmentem as antinomias dominantes”.
“É possível aliar saberes e sabedoria. Aliar tecnologia e virtudes humanas. É possível conciliar racionalidade e emoção. Investir em alto rendimento e inclusividade social e realizar o potenciamento do humano e a humilde abertura ao divino, ao sentido de Deus e da verdade”.
Em vésperas do Jubileu da Esperança, que a Igreja inaugura a 8 de dezembro próximo, D. José Tolentino de Mendonça disse que a esperança é o grande antídoto “contra o pessimismo dominante” e os “discursos de desistência”, e que as escolas católicas não podem desistir de “estar presentes”, de “querer altos padrões éticos”, de “sonhar” e de ser “um foco de pensamento cristão” no mundo de hoje.