Iniciativa, convocada pelo Papa Francisco, realiza-se pela primeira vez a 25 e 26 de maio
O Papa Francisco anunciou, a 8 de dezembro passado, após a recitação da oração mariana do Ângelus, a realização da primeira edição da Jornada Mundial das Crianças.
"Tenho o prazer de anunciar que nos dias 25 e 26 de maio do próximo ano celebraremos em Roma a primeira Jornada Mundial das Crianças", disse na ocasião.
A ideia sugerida ao Papa por Alessandro, um menino de 9 anos num podcast que preparava as JMJ de Lisboa, ganhou vida e espera reunir, em Roma e por todo o Mundo, milhares de crianças.
Em Portugal a catequese de Viseu está já a organizar um grupo de crianças para “participar nesta grande festa dos mais pequenos”.
“Esta é uma intuição do Espírito. Se pensarmos bem a Igreja apresenta pouco ou nenhum acompanhamento a esta faixa etária e a Jornada pode funcionar como uma espécie de ‘despertador’ num momento da vida fundamental para o processo de adesão à fé”, explica ao EDUCRIS Abel Dias, responsável pelo Secretariado Diocesano da Educação Cristã (SDEC) da diocese de Viseu.
Para o responsável a realidade atual “priva muito as crianças da dimensão do transcendente” pois “o acompanhamento que era feito tantas vezes por avós e pelas famílias ou desapareceu ou é residual”, lamenta.
Num momento em que a Diocese de Viseu prepara um grupo de perto de meia centena de crianças e pais, Abel Dias dá conta do modo como se “deu corpo à ideia”.
“O modo como estas crianças, de Abraveses, resolveram participa nesta primeira Jornada pode ajudar-nos a perceber como vai ser a Igreja do futuro. Foram elas, e os pais, que vieram ter ao SDEC depois de verem que o Papa tinha convocado a iniciativa. Vieram, interrogaram e desafiaram-nos”, desenvolve.
Perante uma iniciativa “ainda em fase de piloto”, o responsável considera que esta é “a Igreja em saída que pede o Papa Francisco. Uma Igreja que diz que está atenta a estas idades ao fazer eco da voz daquele enino que pede ao papa para fazer um encontro para as crianças”.
Sob o tema «Faço Novas todas as Coisas…» a Jornada decorre “no Estádio Olímpico de Roma e no Vaticano”.
Para o responsável é importante “não copiar o modelo da Jornada Mundial da Juventude” e “fazer caminho, discernir, o que nos pedem estas idades, no fundo acompanhar mais do que guiar. A Igreja percebeu que tinha de fazer algo. Pôs-se a caminho e isso é mesmo muito bom”, completa.
Imagem: Vatican Media
Educris|18.04.2024