EMRC em destaque no programa Ecclesia

Docentes, pais e alunos dão testemunho do impacto da disciplina de EMRC nas suas vidas

O primeiro programa foi hoje para o ar. Todas as terças-feiras, às 15h00, no programa Ecclesia, inserido no espaço interreligioso «A Fé dos Homens» da RTP2, a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) vai estar em destaque dando a conhecer a experiência de professores, alunos e pais em época de isolamento social e no meio de um terceiro período atípico.

Hoje o jornalista Paulo Rocha, da Ecclesia, esteve à conversa com Didácio Frei, Anabela Reis e Mário Rodrigues, docentes da disciplina em três agrupamento de escola muito diferentes.

Uma realidade multicultural onde todos tem lugar

Anabela Reis, professora de “um Alentejo litoral”, deu nota de uma “redução das inscrições nas inscrições na disciplina numa realidade que é multicultural”.

“Sines é uma porta para a europa e aqui temos uma grande diversidade de culturas. Na minha escola a disciplina de EMRC é muito acarinhada e todos os projetos são muito valorizadas”.

A lecionar no “Alentejo litoral” a docente destacou a escolha da escola “como escola piloto nos projetos de autonomia e flexibilidade curricular” que trouxe ao espaço “uma dinâmica muito própria onde a diversidade de religiões presentes faz com que todos queiram ser incluídos e ninguém seja colocado de parte”.

Uma pequena comunidade onde todos se ajudam

Mário Rodrigues, que leciona nas escolas de Sernancelhe, na região de Lamego, deu conta “de uma presença forte na comunidade e na escola” com “a quase totalidade dos alunos inscritos em EMRC”.

“Ao longo dos anos a EMRC foi sendo foco de aproximação da comunidade, da autarquia e da escola, o que nos faz sentir em casa e faz com que em cada atividade que se promova todos acorram em peso e com sentido sobre a ação que se realiza”.

Para este docente a disciplina “traz uma mensagem clara que é a de estar atento aos outros e com os que nos rodeiam” e isso “faz com que crescem em todas as dimensões enquanto pessoas”.

Estar num meio pequeno “ajuda e faz com que nos conheçamos e nos apoiemos”.

A disciplina é válida em todas as realidades e contextos

Para o professor Didácio Frei, docente na Murtosa, e em Vila de Rei, a experiência tem sido “muito gratificante”.

“Tenho sido itinerante toda a vida. Desde os Pupilos do Exército, a Mira Sintra, as formas de estar diferentes mostraram-me a importância da disciplina em todos os contextos educativos”.

Para o docente a disciplina de EMRC foi-se “desenvolvendo ao longo dos tempos e, atualmente, temos uma panóplia de ferramentas e possibilidades que permitem atingir o valor fundamental que passa pela educação integral dos nossos alunos que muitas vezes é esquecida dentro do âmbito escolar e a nossa disciplina é um contributo fundamental para isso”.

Para “o professor sobre rodas”, que habita, habitualmente numa autocaravana para “poder estar mais perto dos alunos, preparar as aulas e contactar com as populações”, a experiência “tem-me feito perceber que estamos de passagem. Quanto mais nos dermos mais o trabalho que fazemos é para o bem de todos”.

Aulas à distância: o desafio de ensinar a família inteira

Num 3º período atípico, em que a disciplina desenvolveu ações formativas em regime online que ajudaram os professores a “dotarem-se das ferramentas necessárias para todo um mundo novo” Mário Rodrigues explica o desafio e a mudança de paradigma:

“Antes, no primeiro ciclo, tinha aulas com 20 alunos. Agora tenho aulas síncronas com 40 ou mais. Vem os alunos, os pais, irmãos e avos. Todos intervém, participam e realizam as tarefas que proponho”, diz sorridente o professor de Sernancelhe.

“Chegamos não apenas aos alunos, mas aos pais diretamente”.

Anabela Reis concordou com o “colega” e relata “pais que confidenciam que os filhos terminam a aula felizes”.

“Temos que, mais do que terminar o programa, perceber a necessidade dos que nos vêem através da pequena janela que é o computador. Isso faz a diferença neste tempo tão anormal”, considerou.

O Covid-19 e as aulas de EMRC

Mário Reis considera que o covid-19 ajudou a “valorizar a família” e a EMRC “pode ajudar aos alunos como se colocam em prática os valores tão necessários numa época de tanta incerteza”.

Didácio Frei agradece a “todos os agentes educativos” que se esforçam “diariamente para darem tudo o que são e tem em favor dos nossos alunos.

Este é o tempo para ouvir. Perceber melhor o termo ‘amor’. Deixar o tempo dos ponteiros para que possamos experimentar a vida de modo diferente.

Olhar o outro como nosso amigo e irmão, que vale por aquilo que é e que o seu coração bate ao ritmo do amor de Deus”.

Educris|12.05.2020



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